Paulo Moura - 29/12/2021 09h36 | atualizado em 29/12/2021 10h03

O doleiro Alberto Youssef, considerado um dos pivôs da Lava Jato, financiou uma das campanhas eleitorais do senador Alvaro Dias (Podemos-PR), maior aliado político do ex-ministro Sergio Moro, marcado justamente por ser o juiz símbolo da operação. A informação foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo na terça-feira (28).

Condenado por Moro na Lava Jato em penas que somam mais de 120 anos de prisão, Youssef deixou o regime fechado em 2016, graças a um acordo de delação.

De acordo com a Folha, duas empresas de Youssef, em 1998, pagaram R$ 21 mil – o equivalente a R$ 88 mil em valores atualizados – à campanha a senador de Alvaro Dias, hoje no Podemos e à época no PSDB.

As doações, que constam na prestação de contas de Dias naquele ano à Justiça Eleitoral no Paraná, referem-se a horas de voo em jatinhos que Youssef cedeu ao então candidato. Em uma CPI sobre a Petrobras, em 2015, quando estava preso por ordem de Moro, Youssef falou sobre as doações após uma pergunta feita por um deputado petista.

– Na época, eu fiz a campanha do senador Alvaro Dias, e parte dessas horas voadas foram pagas pelo [Luis] Paolicchi, que foi secretário de Fazenda da Prefeitura de Maringá, e parte foram doações mesmo que eu fiz das horas voadas – disse ele, na ocasião.

Nos documentos entregues pelo senador à Justiça Eleitoral em 1998, duas empresas do operador financeiro são listadas. A primeira é a San Marino Táxi Aéreo, com R$ 9,8 mil pagos. A segunda firma é a Youssef Câmbio & Turismo, com outros R$ 11,2 mil.

Procurado pelo jornal, Alvaro Dias encaminhou um documento do Ministério Público paranaense que afirma que, após diligências e depoimentos, o procedimento relacionado a esse relato foi arquivado em 2004 por falta de provas.

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