‘Diplomacia da saúde’, diz França sobre chegada de vacinas
Ministro das Relações Exteriores falou sobre chegada das vacinas do consórcio Covax Facility
Pleno.News - 06/05/2021 12h01 | atualizado em 06/05/2021 15h35

O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto de Franco França, salientou nesta quinta-feira (6) a chegada, no fim de semana, de 4 milhões de doses de vacinas provenientes do consórcio internacional Covax Facility.
– É o primeiro resultado satisfatório numa corrida contra o tempo – disse França durante sessão na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
Em 28 de abril, o chanceler participou de uma audiência similar na Câmara dos Deputados.
Para Carlos França, a chegada dessas doses é fruto do trabalho do Itamaraty na busca de vacinas para os brasileiros dentro da estratégia “diplomacia da saúde” junto à atuação das comissões de relações exteriores da Câmara e do Senado.
Ele lembrou que o primeiro lote da Covax, num total de 1 milhão de doses, desembarcou no Brasil em março e previu que o país deve receber 4 milhões de doses adicionais em maio.
– Diante da pressão internacional, este é um grande êxito do trabalho conjunto com Congresso, que levou à antecipação dessa quantidade de vacinas – considerou França.
Antes de se pronunciar, o ministro ouviu da presidente da comissão, a senadora Katia Abreu (Progressistas – TO), que sua responsabilidade à frente do Itamaraty é grande. Ela criticou o que chamou de “desvios ideológicos”, “excessos” e “incidentes diplomáticos” que transformaram negativamente a imagem do Brasil no exterior.
– Quero garantir que equívocos como estes não sejam cometidos – disse a parlamentar.
A senadora também deixou clara a intenção de maior participação do Senado na atuação externa do Itamaraty.
França repetiu hoje o que já tinha dito em seu discurso de posse e na participação na audiência na Câmara, como mais atuações conjuntas com várias áreas diferentes dos Três Poderes. Além da questão da pandemia, o chanceler voltou a enfatizar que os outros maiores desafios do país atualmente são a recuperação econômica e as discussões sobre a área ambiental.
GARGALOS
Carlos Alberto de Franco França repetiu que o maior gargalo na obtenção das vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo é a capacidade de produção das empresas farmacêuticas. Ele adiantou, sobre a quebra de patentes, que corresponde a um licenciamento compulsório, que poderá comentar sobre a recente mudança de posição dos Estados Unidos, anunciada nesta quarta-feira, sobre essa questão no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O chanceler acrescentou que uma posição na mesma direção foi sinalizada na manhã desta quinta-feira (6) pela União Europeia (UE). Apesar disso, França reforçou que, segundo especialistas, é difícil reproduzir vacinas, mesmo quando há auxílio dos laboratórios. Além disso, salientou que, no caso de necessidade, um acordo na OMC (chamado de Trips) e a lei brasileira já permitem a produção local sem ruptura dos acordos internacionais no caso de necessidade.
*Estadão
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