Dino sugere que ação policial em Guarujá foi desproporcional
Operação "não parece ser proporcional em relação ao crime que foi cometido", disse o ministro
Marcos Melo - 31/07/2023 18h11 | atualizado em 31/07/2023 19h10
Nesta segunda-feira (31), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se manifestou sobre a ação policial que resultou em oito mortos em Guarujá, litoral de São Paulo, e disse que a operação “não parece ser proporcional em relação ao crime que foi cometido”.
– Chama atenção o fato de você ter um terrível crime contra um policial, um crime realmente que merece a repulsa, sendo usado inclusive uma pistola de 9 milímetros. E houve uma reação imediata que não parece, neste momento, ser proporcional em relação ao crime que foi cometido – disse Flávio Dino aos jornalistas.
As mortes se deram em consequência de uma operação policial que começou na última sexta-feira (28) a fim de capturar os suspeitos pelo assassinato do policial militar da Rota, o soldado Patrick Bastos Reis.
O ministro de Lula afirmou que as investigações serão de responsabilidade das autoridades do estado.
– É muito importante garantir o principal: que as investigações ocorram conduzidas pelas autoridades estaduais de São Paulo – destacou.
Dino explicou que ainda não conversou com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre o ocorrido, mas que, em um primeiro momento, o governo federal não irá intervir nas investigações, que cabem ao estado.
– Não gosto de especular sobre caminhos. O governo federal tem atitude de prudência, de respeito às autoridades do estado, qualquer que seja ele. Depois que esse estado emitir as suas conclusões, com base nas imagens das câmeras dos policiais, com base na corregedoria, na ouvidoria do MP, depois o Ministério da Justiça, o MPF, o Ministério dos Direitos Humanos pode, eventualmente, intervir. Mas, não agora. Agora seria uma atitude imprudente, seria uma atitude desrespeitosa ao princípio federativo. Neste momento, o governo federal não pode atropelar, passar por cima das autoridades do governo de São Paulo – disse.
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