Ana Luiza Menezes - 24/10/2019 17h04

Nesta quinta-feira (24), a ex-presidente Dilma Rousseff prestou depoimento, por meio de uma videoconferência, à 10ª Vara Federal. Ela foi ouvida como testemunha de defesa de Lula.

A audiência teve início com questionamentos feitos por Cristiano Zanin, advogado de Lula.

Segundo o site O Antagonista, Dilma passou mais de 30 minutos defendendo a importância de empréstimos para “fortalecer o Brasil no mercado internacional”. Entretanto, o procurador Carlos Henrique Martins de Lima lembrou a ela que a acusação contra o petista se refere a um esquema de propina.

O procurador quis saber de Dilma se ela poderia confirmar ou não um encontro, descrito na denúncia, que envolveu o ex-ministro do planejamento Paulo Bernardo e a Odebrecht. Diante disso, Rousseff ficou indignada e discutiu com o procurador.

– A pergunta do senhor é um absurdo. Ele me dá como pressuposição que havia um fato a sós, e me pergunta se posso afirmar sobre algo de um fato a sós. Não vou responder a perguntas que têm o objetivo precípuo de criar confusão – rebateu Dilma.

Na suposta reunião privada, Bernardo teria se encontrado com Marcelo Odebrecht, que pediu vantagem ilícita, com a anuência de Lula. Em contrapartida, Paulo Bernardo concederia aumento da linha de crédito de financiamento de exportação para a Angola.

No processo, o petista responde por corrupção passiva e tráfico de influência. O caso envolve a ampliação da linha de crédito do BNDES para a Odebrecht em Angola.

Leia também1 Frota será o primeiro ouvido na CPI das Fake News
2 Moro: "Qualquer decisão do STF pode ser criticada"
3 João Doria veta projeto de lei inspirado em Marielle Franco