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Desembargadora a Arthur do Val: Recolha-se à insignificância

Magistrada afirmou que deputado deve pedir perdão para a mãe e por desonrar um dos poderes da República

Paulo Moura - 11/03/2022 08h15 | atualizado em 11/03/2022 09h37

Desembargadora Marisa Santos criticou Arthur do Val Foto: Reprodução/YouTube TRF3justica

A desembargadora Marisa Santos, nova presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), teceu duras críticas contra a fala do deputado Arthur do Val sobre mulheres ucranianas. Ao assumir o cargo, na última terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, durante seu discurso de posse no comando da Corte, pediu que o parlamentar “recolha-se à insignificância”.

– Senhor parlamentar, peça perdão à sua mãe, peça perdão por desonrar um dos poderes da República, peça perdão por desonrar a República e depois recolha-se à insignificância dos medíocres – declarou a desembargadora.

A fala de Marisa sobre o deputado foi feita no fim de seu discurso, quando ela citou “as lamentáveis declarações de certo parlamentar sobre mulheres ucranianas no meio da guerra”. Em determinado momento, a desembargadora também rebateu a fala do deputado de que as mulheres ucranianas seriam “fáceis”.

– Com muita facilidade damos a vida pelas pessoas que amamos; com muita facilidade renunciamos a tudo por nossos filhos e nossas filhas; com muita facilidade renunciamos aos nossos sonhos para que nossos lares tenham paz. Também somos difíceis! Difíceis de desistir – completou.

ÁUDIO VAZADO
No áudio vazado nas redes sociais, o deputado estadual faz uma série de comentários machistas e preconceituosos sobre as refugiadas ucranianas. Nas gravações, o parlamentar afirma que as ucranianas “são fáceis, porque são pobres”. Ele também diz que a quantidade de seguidores em seu Instagram facilita o acesso às mulheres.

– Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas “minas”, em dois grupos de “mina”, e é inacreditável a facilidade – diz o deputado, em tom de vitória.

Ainda segundo o ex-pré-candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano, e aliado do ex-juiz Sergio Moro, que após a repercussão do fato rejeitou receber o apoio de Arthur, “a fila da melhor balada do Brasil não chega aos pés da fila de refugiados”.

– Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteira a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de “mina” bonita. A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série – diz ele.

 

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