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Deputados se posicionam contra a CPI da Lava Jato

Grupo de parlamentares protocolou um requerimento para investigar delações premiadas da operação

Henrique Gimenes - 20/06/2018 16h52 | atualizado em 20/06/2018 18h04

Deputados se posicionam contra a criação da CPI da Lava Jato Foto: Agência Brasil/Wilson Dias

Um documento assinado por 190 deputados federais com o objetivo de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as delações premiadas da operação Lava Jato e também de outras operações foi protocolado na Câmara dos Deputados. O requerimento ainda será analisado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas já gerou uma reação negativa por parte de deputados e também pela sociedade brasileira.

Em discurso feito no plenário da Casa nesta quarta-feira (20), o deputado federal Arolde de Oliveira (PSD-RJ), um dos que foram contrários à CPI, se manifestou contra a instalação da mesma.

– A Lava Jato, com todos os defeitos que possa ter, se trata hoje de um dos principais instrumentos para combater a impunidade e para demonstrar ao país que todos são iguais perante à Lei. E está andando muito bem. Qualquer tentativa para reduzir a ação dessas investigações atenta contra a nação brasileira que vive indignada com os fatos que a cada dia são revelados de corrupção e de desvios de conduta em nosso país – declarou.

Entre os partidos que pediram a criação da comissão estão o MDB, o PT, o PP, o PR, o PDT, o PCdoB e o PSOL. De acordo com os líderes das legendas, a intenção seria a de investigar “esquemas de venda de proteção em delações premiadas por parte de advogados e delatores no âmbito da operação Lava Jato e em investigações anteriores”.

CPI
A instalação da CPI tem por base uma matéria publicada, em 19 de maio, pelo jornal O Estado de S. Paulo. Nela, um doleiro relata ao Ministério Público Federal (MPF) ter feito um pagamento que funcionaria como uma espécie de “taxa de proteção” a um advogado.

O requerimento foi apresentado à Câmara no dia 30 de maio. Porém, com a repercussão, mais de 50 deputados que haviam assinado o requerimento pediram à Mesa Diretora da Câmara dos Deputado a retirada de seus nomes do documento.

Mesmo com os pedidos, a Secretaria Geral da Mesa da Câmara informou que, devido ao fato de o documento já ter sido protocolado na Casa, não seria possível excluir os nomes. A solução seria a de conseguir as assinaturas de 96 deputados entre os que assinaram o pedido original para um novo requerimento pedindo a derrubada do anterior.

Os deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Darcísio Perondi (MDB-RS) estão entre os parlamentares que pediram a retirada de seus nomes. À Agência Câmara, Delgado deixou claro que a intenção da CPI era a de “zelar pela lisura das atividades públicas” e não a de enfraquecer a operação Lava Jato. Ele também iniciou a coleta de nomes para derrubar o pedido.

– Qualquer investigação que tenha por objetivo zelar pela lisura das atividades públicas e, consequentemente, a justa punição daqueles que se comportam em desacordo com isso, recebe nosso total e irrestrito apoio – explicou.

Já o deputado Perondi afirmou, em nota, ter sido induzido ao erro e que ele não iria “avalizar nenhuma iniciativa” que tenha a intenção de “atrapalhar o trabalho que vem sendo feito para passar o País a limpo”.

– Assinei, mas fui induzido ao erro. Depois que li com mais cuidado as justificativas do pedido, entendi que a CPI em questão não ajuda em nada ao Brasil, tampouco o combate à corrupção – afirmou.

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