Deputados recorrem a escolta policial após graves ameaças
Carla Zambelli, do PSL, foi ameaçada de estupro e morte
Gabriela Doria - 03/06/2019 08h38
Em apenas seis meses de mandato, deputados federais precisaram acionar a Polícia Legislativa Federal para garantir a própria segurança. Isto porque os parlamentares vêm recebendo diversas ameaças. Carla Zambelli (PSL-SP), por exemplo, é alvo de ameaças de estupro.
– Sabemos que você anda com escolta, mas o G., não – diz o trecho de um email anônimo enviado para a parlamentar. Ainda na mensagem, o criminoso anexou uma foto dela abraçado ao filho e detalhou como aconteceria a violência sexual.
Zambelli recorreu a força policial para se proteger. Desde então anda com dois policiais da Câmara.
– Começaram a me ameaçar em 2015, na época do impeachment. Já tentaram contratar pela internet uma pessoa para assassinar a mim e a meu filho – revelou.
Além de Zambelli, sua colega de partido, Joice Hasselmann, também teve de se submeter a escolta policial. Alê Silva, também do PSL, usou do mesmo direito.
Do outro lado da ideologia política, a deputada Talíria Petrone e o deputado Marcelo Freixo, ambos do PSOL do Rio de Janeiro, foram ameaçados por sua atuação parlamentar. Freixo usa a segurança desde 2009, quando ainda era deputado estadual e presidiu a CPI das milícias.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apesar de não ter revelado nenhuma ameaça direta, usa da prerrogativa do cargo para manter-se escoltado. O mesmo acontece com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Por causa da ligação direta com o presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e seu irmão, Flávio, também possuem escolta policial. Eles justificaram que a família do presidente deve ter a integridade física garantida.
Ainda não há indícios da autoria de quem fez as ameaças aos parlamentares.
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