Deputados pró-Bolsonaro no PL atacam reforma tributária
Parlamentares avaliam que texto atual prejudicará os mais pobres
Pleno.News - 05/07/2023 08h53 | atualizado em 05/07/2023 16h58

Deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se dizem contrários à proposta de reforma tributária e prometem se opor à votação. Nesta segunda-feira (3), o PL – que nas eleições passadas elegeu a maior bancada na Câmara, com 99 integrantes – bloqueou a votação do projeto que altera o funcionamento do Carf (o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que está trancando a pauta na Casa. Parlamentares da sigla dizem que esse já foi um “recado” ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que a mudança nos impostos “não está madura”.
A oposição entre os bolsonaristas do PL começou a ganhar corpo no fim de semana, após um post de Eduardo Bolsonaro (SP) contra a reforma tributária.
– Já adianto meu voto contrário. O brasileiro não aguenta mais imposto, quanto mais o pobre – escreveu o parlamentar, reverberando crítica da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de que a reforma, como está, vai encarecer a cesta básica. O governo contesta essa informação e diz que os cálculos estão errados.
Nesta segunda, foi a vez do próprio ex-presidente Bolsonaro se manifestar contra a reforma em tramitação na Câmara, esquentando a temperatura do debate.
– Reforma tributária do PT: um verdadeiro soco no estômago dos mais pobres. Do exposto, o presidente do PL e seu líder na Câmara dos Deputados encaminharão, junto aos seus 99 deputados, pela rejeição total da PEC da reforma tributária – publicou Bolsonaro, no Twitter.
Em reação, o relator da reforma, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que não permitirá que o tema seja contaminado por “política radical”.
– Não vou entrar em briga de Bolsonaro e Lula nem de ninguém – disse o deputado, ao reforçar que a proposta apresentada não é de um partido político ou de esquerda e direita.
“CONSERTO”
Membro da ala classificada como mais moderada do PL, o deputado Luiz Carlos Motta (SP) afirmou que, se o relator aceitar “consertar” o texto à luz das propostas feitas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “fica mais fácil para defender”.
Uma das principais peças nesse xadrez da oposição será o posicionamento do governador paulista, que negocia mudanças no texto na reta final da votação. Ribeiro estuda rever a centralização da arrecadação, após pressão de Tarcísio. Nesta segunda, o deputado disse que está discutindo a possibilidade de incluir na proposta um dispositivo que determine que impostos gerados em operações de compra e venda feitas dentro de um determinado estado fiquem nesse mesmo estado.
*AE
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