Deputados discutem a denúncia contra Temer na CCJ
Aliados ao Governo atacam a denúncia. Já os de oposição dizem que as provas são fortes
Henrique Gimenes - 12/07/2017 17h15 | atualizado em 12/07/2017 17h26
Os deputados federais debatem, nesta quarta-feira (12), a denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Entre as discussões, deputados aliados ao governo defenderam o presidente e atacaram a denúncia. Já deputados de oposição defenderam o parecer do relator, deputado Sergio Zveiter, e afirmam que as provas são fortes.
O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) disse que o áudio em que o presidente Temer aparece conversando Joesley Batista não tem valor.
– Para que esse áudio tivesse a mínima legalidade, teríamos que acreditar que não houve conversas anteriores entre o delator e o Ministério Público – afirmou.
Já o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) disse que as provas são fortes.
– Essa denúncia é baseada em provas robustas. É uma gravação de uma conversa criminosa, é a mala do dinheiro, é o dinheiro entregue e devolvido – relatou.
Partidos fecham questão
Quatro partidos fecharam questão para votar contra o prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer. Todos da base aliada. São eles o PMDB, que é o próprio partido de Temer e conta com 63 deputados, o PP, que possui 47, o PR, com 38 parlamentares e o PSD, com 37 deputados federais. Os deputados que não votarem de acordo com o partido podem ser punidos.
Com isso, os votos a favor do presidente chegariam a 185, número suficiente para barrar o prosseguimento. Seriam necessários dois terços da casa, ou 342 dos 513 deputados, para permitir que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa investigar o presidente. O DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou ainda que deve orientar que seus deputados votem a favor de Temer.