Deputado quer investigação de fala de Bolsonaro sobre Forças
Declaração do presidente de que "estão esticando a corda" foi um dos motivadores da ação
Pleno.News - 20/05/2021 18h08
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (20), que autorize a abertura de uma investigação sobre declarações dadas em março pelo presidente Jair Bolsonaro, quando defendeu o uso das Forças Armadas para a manutenção da liberdade na pandemia.
Na ocasião, em discurso aos apoiadores no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que ‘tiranos tolhem a liberdade das pessoas’, em referência a governadores e prefeitos que impuseram restrições à circulação de pessoas para frear o avanço do Coronavírus.
– Alguns tiranetes ou tiranos tolhem a liberdade de muitos de vocês. Pode ter certeza, o nosso Exército é o verde oliva e é vocês também. Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade – disse.
– Estão esticando a corda, faço qualquer coisa pelo meu povo. Esse qualquer coisa é o que está na nossa Constituição, nossa democracia e nosso direito de ir e vir – prosseguiu.
No pedido, o deputado afirma que Bolsonaro incitou a ‘subversão da ordem política e social’ e a animosidade entre as Forças Armadas e governos locais.
– Está clara a intenção do presidente de incitar a população que está sofrendo com as restrições e imposições de regras de distanciamento social para se oporem as medidas, inclusive de forma violenta. Esse fato autorizaria, na visão caolha do presidente, a intervenção militar como instrumento de garantia – diz um trecho do pedido.
– Ao alardear o uso das Forças Armadas – que o chefe do executivo da União chama de forma pessoal como meu exército – para descumprir na força bruta as regras de distanciamento social impostas pelos governos estaduais e municipais, evidentemente que se está propagandeando a violação da ordem política por um processo violento – complementou.
A notícia-crime foi enviada depois que o deputado pediu ao Supremo que cobrasse esclarecimentos do presidente a respeito da fala. As informações prestadas por Bolsonaro foram compartilhadas com o parlamentar, por ordem do ministro Marco Aurélio Mello, e agora subsidiam o pedido de investigação.
*Estadão
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