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De acordo com Zanatta, acordo entre deputados e o Ministério da Justiça não foi cumprido

Priscilla Brito - 28/07/2023 17h09 | atualizado em 28/07/2023 17h36

Arthur Lira, Julia Zanatta e Flávio Dino
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, deputada Julia Zanatta e Flávio Dino, ministro da Justiça Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputado, Pablo Valadares/Câmara dos Deputados e Joédson Alves/Agência Brasil/Canal Gov

A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) decidiu recorrer ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para que o inquérito que investiga os discursos proferidos durante ato armamentista realizado no dia 9 de julho, na Esplanada dos Ministérios, seja “trancado”.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Zanatta afirmou que “existiu uma conversa de deputados com o Ministério da Justiça para que não mudasse a questão de restrição de calibre, mas esse acordo não foi cumprido”.

A fim de ter a sua solicitação atendida, a deputada pede que Lira tome “providências nas esferas judiciais e extrajudiciais”. No requerimento, a parlamentar, que também defende o funcionamento dos clubes de tiro, aproveitou para enviar uma breve mensagem ao autor das investigações do 9 de julho, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

De acordo com o jornal O Globo, a catarinense ressaltou que os deputados “são dotados da imunidade parlamentar”. Zanatta acusa Dino de “mordaça” e afirma que “apenas em ditaduras ou regimes de exceção, um parlamentar sofre cerceamento na sua liberdade de expressão”.

– Seria desnecessário mencionar, não fosse o hodierno e esdrúxulo contexto de “mordaças” a ameaçar o livre exercício de mandatos parlamentares, que o congressista, na condição de mandatário popular, necessita de ampla liberdade de expressão para defender os direitos e interesses dos cidadãos que representa – afirmou.

INÍCIO DAS INVESTIGAÇÕES
No dia 10 de julho, um dia após o ato armamentista, o ministro Flávio Dino determinou que a Polícia Federal (PF) fizesse uma análise dos discursos proferidos nas manifestações. Na época, Dino afirmou que as investigações tinham como objetivo “identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos”.

Durante as manifestações organizadas pelo grupo Proarmas; que defende a flexibilização do porte e da posse de armas para cidadãos comuns; o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que os “professores doutrinadores” são piores do que traficantes de drogas, pois, de acordo com o parlamentar, causam discórdia nas famílias.

GOVERNO MIRA NOS CLUBES DE TIRO
No dia 25 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não considera como empresários os donos de clubes de tiro. O petista também disse que é preciso fechar a maioria desses estabelecimentos.

– Eu, sinceramente, não acho que o empresário que tem um lugar de praticar tiro é empresário. Eu já disse para o Flávio Dino: “Nós temos que fechar quase todos [clubes de tiro] e só deixar aberto os que são da Polícia Militar, Exército ou Polícia Civil. É a organização policial que tem que ter lugar para treinar tiro. Não a sociedade brasileira – disse Lula no programa Conversa com o Presidente, live semanal promovida pela comunicação institucional do governo.

 

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