Deltan não irá ao Congresso para falar de vazamentos
Procurador informou que acha mais importante concentrar suas manifestações na esfera técnica
Henrique Gimenes - 08/07/2019 17h29 | atualizado em 08/07/2019 19h55
O procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, não irá mais à Câmara dos Deputados e ao Senado para falar de supostos diálogos vazados. A informação foi dada pela revista Veja.
Os diálogos foram revelados inicialmente pelo site The Intercept Brasil e trazem Deltan conversando com o então juiz Sergio Moro, responsável pelos casos da operação. Entre as conversas estava o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outros veículos também já começaram a revelar novos dados sobre os vazamentos, como a própria Veja e o jornal Folha de S.Paulo.
Dallagnol enviou um comunicado nesta segunda-feira (8) ao Congresso. No texto, ele agradece ao convite mas afirma que considera “ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa, cuja veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a operação Lava Jato”.
Veja a mensagem completa:
“O Congresso Nacional é uma das Instituições mais relevantes em nossa democracia e corresponsável pela definição dos rumos do país, como um dos poderes da República. Como membro do Ministério Público, Instituição essencial à Justiça, tenho por função constitucional desempenhar trabalho de natureza técnica perante o Judiciário, outro poder, situação distinta daquela de agentes públicos vinculados ao Poder Executivo. Esse trabalho técnico consiste em investigar fatos e buscar a aplicação da lei penal de modo eficiente e justo, de acordo com a Constituição e com as leis, atividade funcional sujeita à apreciação do Poder Judiciário.
Diante disso, muito embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeça o convite para neles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa, cuja veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a Operação Lava Jato.”
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