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Delegada: Morte de Anderson do Carmo foi por disputa de poder

Delegada Bárbara Lomba, primeira a coordenar as investigações do caso, prestou depoimento ao Conselho de Ética da Câmara

Paulo Moura - 31/03/2021 10h50 | atualizado em 31/03/2021 10h56

Flordelis dos Santos e o marido, Anderson do Carmo Foto: Reprodução

A primeira delegada a coordenar as investigações do caso Flordelis, Bárbara Lomba Bueno, disse, na terça-feira (30), que acredita que a disputa de poder tenha sido a motivação do assassinato do marido da parlamentar, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ). A deputada federal é acusada pelo Ministério Público de ser a mandante do crime.

Bárbara participou de uma videoconferência promovida pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, e foi a primeira depoente no processo movido pela Mesa Diretora contra Flordelis por quebra de decoro parlamentar.

No depoimento que durou quase três horas, e que só foi interrompido com o início da sessão no Plenário, a delegada detalhou a investigações do assassinato, que teria contado com o envolvimento de 11 pessoas, a maioria filhos biológicos e adotivos de Flordelis. De acordo com a delegada, os envolvidos no crime estariam disputando o protagonismo na vida da deputada.

– A motivação final certamente passa por poder. Provavelmente também dinheiro, recursos materiais. Mas poder e invasão de tudo, uma vida, por parte da vítima. Tudo indicava que havia já um substituto da vítima [Anderson], e a vítima havia percebido isso – afirmou a delegada.

Bárbara conduziu as investigações de junho de 2019 a janeiro de 2020, quando foi substituída pelo deputado Allan Duarte Lacerda. Durante o depoimento, a delegada respondeu perguntas do relator da representação contra Flordelis, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), e de Anderson Rollemberg, advogado da parlamentar.

Em sua fala, a delegada também indicou que a partir da análise de depoimentos, e de mensagens trocadas por celular entre pessoas do núcleo familiar de Flordelis, os policiais e o Ministério Público do Rio de Janeiro concluíram que a parlamentar teria sido a mandante do crime.

– Ninguém diz diretamente que teria havido uma ordem explícita da deputada para a execução do crime. Há depoimentos de que a deputada dizia que não aguentava, que isso tinha que ser resolvido de alguma forma. Havia uma reclamação velada, mas não uma ordem direta – afirmou Bárbara Lomba.

Flordelis, por sua vez, tem afirmado que existe erro na conclusão das investigações e alega que não pode ser julgada e condenada antes que todo o processo seja concluído. Segundo ela, a mandante do assassinato foi sua filha Simone. O relator, Alexandre Leite, destacou que o foco do Conselho de Ética é analisar a conduta de Flordelis quanto ao decoro parlamentar.

– Há muitas testemunhas, muitos envolvidos, mas vamos nos ater às condutas da deputada e fazer a conexão eventual de quem tiver participação ou conluio ou qualquer outra forma de interação que seja relevante – completou.

Como a reunião de terça foi suspensa, o delegado Allan Duarte não chegou a ser ouvido. Uma nova reunião deverá ser marcada, com a retomada do depoimento da delegada Bárbara Lomba. O deputado Alexandre Leite também apresentou uma complementação de seu plano de trabalho, para ouvir mais testemunhas e também o perito Luiz Carlos Leal, do MP do Rio de Janeiro.

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