Defesa do ex-ministro Anderson Torres descarta delação premiada
"Essa possibilidade está descartada", garantiu o advogado
Pleno.News - 12/05/2023 13h51 | atualizado em 12/05/2023 14h05

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres disse, nesta sexta-feira (12), que ele não vai fazer delação premiada sobre os atos do dia 8 de janeiro. Torres foi solto na noite desta quinta, após passar mais de 100 dias preso preventivamente. O advogado Eumar Novacki recebeu jornalistas em Brasília e afirmou que o ex-ministro não tem o que confessar.
– Essa possibilidade está descartada – garantiu.
A defesa tem repetido que adotou uma postura colaborativa e de deferência ao Judiciário. Um problema com as senhas do celular do ex-ministro, no entanto, causou mal-estar com os investigadores. Ao se entregar para ser preso, Anderson Torres alegou que esqueceu o aparelho nos Estados Unidos, onde passava férias. Ele compartilhou com a Polícia Federal (PF) as senhas para acesso dos dados armazenados na nuvem. Essas senhas não funcionaram, o que segundo a PF impediu a extração de informações.
Novacki afirma que houve uma “falha técnica” e que o ex-ministro está disposto a receber um perito para “abrir todas as informações”.
– [A falha] foi conjuntural – disse.
Eumar Novacki
Em manifestação enviada ao STF, a defesa já havia informado que as senhas poderiam ter sido “fornecidas equivocadamente”, dado o “comprometimento cognitivo” de Anderson Torres após a prisão.
Na última avaliação médica, no dia 1º de maio, quando Torres ainda estava preso, a psiquiatra da Secretaria de Saúde do Distrito Federal prescreveu antidepressivo, ansiolítico e antipsicótico ao ex-ministro. O advogado disse que ele continuará recebendo acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
– É óbvio que ontem [quinta-feira] a chegada na casa dele foi uma chegada muito emocionante, com as filhas que ele não via desde o momento da prisão. Eu acredito que isso vai ajudar na recuperação – afirmou.
Novacki disse que o Supremo “acertou” ao liberar Anderson Torres para aguardar a conclusão do inquérito em liberdade. Ele também elogiou a “sensibilidade” do ministro Alexandre de Moraes.
– Na sua casa ele [Torres] terá condições de recuperar o seu equilíbrio psíquico, ajudar a defesa e mantendo esse espírito cooperativo. (…) O maior interesse no esclarecimento rápido é do ex-ministro – finalizou.
*AE
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