Defesa de casal do caso Moraes cogita mostrar fotos com Lula
Roberto Mantovani aparece em imagens ao lado do petista durante campanha eleitoral de 2004
Paulo Moura - 18/07/2023 08h03 | atualizado em 18/07/2023 10h50

O casal Roberto Mantovani Filho e Andréa Munarão, suspeitos de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Aeroporto de Roma, dirá em depoimento à Polícia Federal (PF) que não houve “motivação política” no ocorrido. Segundo o portal UOL, um dos elementos da defesa do casal deve ser a exibição de fotos de Mantovani com Lula em 2004.
Os depoimentos de Roberto e Andréa estão previstos para acontecer nesta terça-feira (18) e devem durar uma hora e meia cada um. Na oitiva, o casal deve sustentar que não houve ofensa direcionada ao integrante da Suprema Corte. De acordo com advogado Ralph Tórtima, houve um “equívoco interpretativo em torno dos fatos”.
Na versão do casal, a confusão ocorreu entre Andréa e a namorada do rapaz apontado por um agente da PF como filho de Moraes. O advogado relata que Roberto e Andréa viram o ministro no momento em que ele foi encontrar o filho e levá-lo de volta à sala em que estavam no aeroporto.
O advogado do casal disse que cogita mostrar aos policiais fotos em que Mantovani Filho aparece ao lado do presidente Lula em 2004, quando o empresário foi candidato a prefeito da cidade paulista de Santa Bárbara d’Oeste pelo PL. Na época, a sigla era aliada do petista.
– Decidirei na hora, a depender do encaminhamento do delegado – afirmou o advogado.

VERSÃO DO CASAL
De acordo com a defesa do casal, a família de Roberto Mantovani estava no Aeroporto de Roma em um grupo de sete pessoas: Mantovani Filho, Andréa, o filho Giovanni, o genro Alex Zanatta Bignotto, a mulher dele e dois filhos do casal. Bignotto seguia na frente com a esposa e as duas crianças.
Em determinado momento, o grupo teria parado em uma primeira sala vip, mas não conseguiram entrar por não terem feito reserva. Diante disso, Zanatta, a esposa e os filhos seguiram até uma segunda sala vip, deixando Mantovani, Andréa e Giovanni para trás. Ao passar pela primeira sala vip, o ex-candidato a prefeito teria avistado Moraes e comentado com a família.
A defesa destaca que, atrás do ministro, outras pessoas já o estariam ofendendo. O advogado de Roberto e Andréa diz que uma mulher que estaria junto ao filho de Moraes teria começado a trocar ofensas e feito um “gesto obsceno” em direção a Andréa. Foi então que, nesse momento, teria começado a discussão com Mantovani.
Andréa teria questionado o ministro por ele ter conseguido entrar na sala vip, e Bignotto, a esposa e as crianças, não. A defesa diz ainda que o rapaz apontado como filho do ministro teria “mandado beijos como uma forma provocativa a Andréa”. O filho de Mantovani, Giovanni, teria chamado Alex Zanatta, que se deparou com o filho de Moraes ofendendo Andréa.
– Reiteram que em nenhum momento ocorreram ofensas, muito menos ameaças ao ministro Alexandre, que casualmente passou por eles nesse infeliz episódio. Mesmo assim, se desculpam pelo mal-entendido havido, externando o veemente respeito que nutrem pelas autoridades públicas, extensivo aos seus familiares – diz a nota do casal.
VERSÃO DE MORAES
O ministro do Supremo disse à PF que teria sido hostilizado por três brasileiros no Aeroporto Internacional de Roma. De acordo com a investigação, a alegação é de que o magistrado teria sido chamado por Andréa Munarão de “bandido, comunista e comprado”. A PF ainda diz que o filho de Moraes teria sido agredido fisicamente por Mantovani Filho.
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