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Davi Alcolumbre será testado para o novo coronavírus

Presidente do Senado avalia suspender votações

Pleno.News - 12/03/2020 18h01 | atualizado em 12/03/2020 18h29

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, será testado para o novo coronavírus Foto: EFE/Joédson Alves

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vai fazer teste de coronavírus nesta quinta-feira (12) e estuda suspender as votações na Casa na próxima semana.

Alcolumbre foi a Manaus pela manhã com uma comitiva de senadores e deputados e pode fazer o teste já na capital do Amazonas. Ele retorna a Brasília à noite e resolveu passar pelo exame por ter se encontrado, ao longo da semana, com ministros e parlamentares que integraram a comitiva do presidente Jair Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos no fim de semana passado.

O secretário de Comunicação do governo federal, Fábio Wajngarten, que participou da viagem, testou positivo para o covid-19.

Segundo o Ministério da Saúde, há 77 casos confirmados da doença no Brasil.

Ao longo do dia, Alcolumbre recebeu diversos telefonemas de senadores que estão preocupados com o risco de contaminação no Congresso.

No Senado circulam, por dia, em média, 11 mil pessoas, entre parlamentares, visitantes, servidores, terceirizados, estagiários e menores aprendizes.

A suspensão de votações no plenário e nas comissões comprometeria a tramitação de projetos importantes da agenda econômica, como a PEC Emergencial, proposta de emenda à constituição que prevê medidas para controlar gastos obrigatórios do governo federal, de estados e de municípios.

A previsão é que o relatório que altera o texto original da PEC seja apresentado na próxima semana e votado no dia 25 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Antes de bater o martelo, Alcolumbre espera a confirmação de algum caso no Congresso. Ele tem agido com cautela por entender que a decisão terá efeito imediato na Bolsa de Valores, já que o mercado espera com ansiedade a aprovação de medidas econômicas.

Na quarta-feira (11), quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia do novo coronavírus, Alcolumbre publicou um ato limitando a circulação de pessoas no Legislativo. No entanto, nesta quinta, uma sessão especial para celebrar o Dia Mundial do Rim aconteceu normalmente, pela manhã, no plenário. À tarde, a reportagem viu um grupo que fazia visita guiada pelo Salão Azul. O Senado justificou que o ato só seria publicado às 18h desta quinta.

Dois senadores integraram a comitiva de Bolsonaro e estiveram com Wajngarten nos últimos dias. Jorginho Mello (PL-SC) foi ao Senado na manhã desta quinta e comandou uma reunião da CPI (comissão parlamentar de inquérito) que investiga o acidente ocorrido com a equipe da Chapecoense, em 2016.

O parlamentar disse à reportagem que permanecerá em Brasília e que fará o teste do covid-19 no fim da tarde, mas que está bem e sem sintomas.

Sobre a viagem, Jorginho Mello disse ter tido pouco contato com Wajngarten.

– Voamos no mesmo avião e [estivemos juntos] em alguns eventos, [no] café da manhã – afirmou por mensagem.

Também integrou a comitiva de Bolsonaro nos EUA o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), que fez exames nesta manhã e permanece em Brasília, segundo ele, sem sintomas. Até a noite de quarta, Trad circulava pelo Parlamento.

A senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) apareceu no Senado nesta quinta usando máscara. De acordo com sua assessoria, a parlamentar usou o equipamento de proteção como prevenção. Alguns senadores procuraram Alcolumbre para informar que dispensariam os funcionários de seus gabinetes.

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse ter encontrado alguns de seus funcionários com máscaras e resolveu estabelecer que eles trabalhassem de casa a partir desta sexta-feira (13).

A ideia é manter presencialmente apenas um funcionário por turno. A medida também será adotada, segundo o senador, na Comissão de Serviços de Infraestrutura, presidida por ele.

Procurada, a assessoria de imprensa da presidência do Senado não quis comentar a realização do exame por Alcolumbre.

Sobre a chance de suspender as votações na semana que vem, informou que “nenhuma possibilidade está descartada” e que “todas as alternativas estão sendo avaliadas com cautela”.

*Daniel Carvalho/Folhapress

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