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Dallagnol sobre Janot: “Não se pode punir por pensamentos”

Procurador comentou declaração do ex-PGR sobre Gilmar Mendes

Gabriela Doria - 30/09/2019 15h29

Deltan Dallagnol é coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato Foto: PT/Lula Marques

O chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol defendeu o ex-procurador Geral da República Rodrigo Janot. Em entrevista ao programa Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira (30), ele comentou a declaração de Janot sobre o planejamento do assassinato do ministro Gilmar Mendes, do STF.

– Essa acusação do Janot de ele teria cogitado matar o ministro do Supremo, contraria a ideia civilizatória segundo a qual nós todos devemos buscar resolver conflitos na Justiça de modo civilizado. Agora é muito fácil julgar de fora – afirmou o procurador.

Ele também condenou o mandado de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-PGR.

– O que me surpreendeu foi um pedido de busca e apreensão por uma cogitação. A gente não pode punir alguém por pensamentos – observou.

MÃO DE DEUS
Em entrevista à revista Veja, o ex-procurador revelou que em maio de 2017 esteve muito próximo de matar o ministro Gilmar Mendes, crítico da Lava Jato. Janot chegou a ir armado a uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele mataria Mendes e depois tiraria a própria vida.

– Tudo na vida tem limite. Naquele dia, cheguei ao meu limite. Fui armado para o Supremo. Ia dar um tiro na cara dele e depois me suicidaria. Estava movido pela ira. Não havia escrito carta de despedida, não conseguia pensar em mais nada. Também não disse a ninguém o que eu pretendia fazer. Esse ministro costuma chegar atrasado às sessões. Quando cheguei à antessala do plenário, para minha surpresa, ele já estava lá. Não pensei duas vezes. Tirei a minha pistola da cintura, engatilhei, mantive-a encostada à perna e fui para cima dele. Mas algo estranho aconteceu. Quando procurei o gatilho, meu dedo indicador ficou paralisado. Eu sou destro. Mudei de mão. Tentei posicionar a pistola na mão esquerda, mas meu dedo paralisou de novo. Nesse momento, eu estava a menos de 2 metros dele. Não erro um tiro nessa distância. Pensei: ‘Isso é um sinal’. Acho que ele nem percebeu que esteve perto da morte – contou.

Na sequência, Rodrigo Janot chamou seu secretário executivo, explicou que não estava sentindo-se bem e foi embora. Em declaração ao jornal O Estado de S.Paulo, ele justificou o fato de não ter conseguido finalizar seu plano.

– Foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus – afirmou Rodrigo Janot.

 

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