Dallagnol revela que Lava Jato quis impeachment de Gilmar
Procurador afirmou que possibilidade foi cogitada, mas não foi para frente
Camille Dornelles - 09/08/2019 15h23 | atualizado em 15/08/2019 12h27
O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, disse em entrevista à revista Época, publicada nesta sexta-feira (9), que os procuradores da Lava Jato cogitaram encaminhar um pedido de suspeição de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal.
Segundo ele, uma série de medidas foram cogitadas relativas a decisões do ministro.
– Cogitamos recursos que sugerimos para a Procuradoria-Geral da República (PRG), cogitamos encaminhar pedido de suspeição de Gilmar Mendes, estudamos se os atos dele configurariam, para além de atos sob suspeição, infrações político-administrativas – disse o coordenador, na entrevista.
Na entrevista à Época, Dallagnol admite que os procuradores também conversaram sobre a possibilidade de solicitar o impeachment de Gilmar, mas que o ato não foi oficializado.
– Se tivéssemos entendido que era o caso de fazer isso, teríamos encaminhado uma representação pelo impeachment. Como é público, não fizemos. Nós encaminhamos, sim, como é público, uma representação pela suspeição do ministro Gilmar Mendes. E tudo isso aconteceu sempre de modo legal e legítimo. É possível que tenhamos conversado isso em nosso grupo de mensagens. Mas, de novo: nada de errado, nada de ilícito – afirmou.
Dallagnol tambem desmentiu que mandou mensagens sobre um boato em São Paulo que parte do dinheiro de Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, mantido em contas na Suíça seria de Gilmar. Procurado pelo UOL, o ministro negou ter conta fora do país.
Segundo ele, caso isso ocorresse, o caso seria encaminhado para a PGR e para o STF, por conta do foro privilegiado.
*Folhapress
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