Cristão, jogador do Fluminense explica defesa de pauta LGBT
Zagueiro disse que "Jesus ensinou o amor"
Pierre Borges - 10/09/2021 17h32 | atualizado em 10/09/2021 17h37
O zagueiro Nino, do Fluminense, pronunciou-se sobre a campanha do clube em homenagem ao Dia do Orgulho LGBTQIA+. Em junho, os jogadores do time tricolor carioca entraram em campo vestindo uniformes com as cores do arco-íris.
– O Fluminense queria que o capitão jogasse com a camisa 24. Eles vieram meio receosos falar comigo, o argumento deles era [de] que eu era cristão e não sabiam se eu iria gostar. Eu aceitei de primeira. A causa é muito nobre, são pessoas que sofrem muito, e o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ – afirmou o jogador, que era capitão do time quando ocorreu a partida.
Na mesma época, quando o Vasco utilizou as cores da bandeira LGBT, o capitão cruz maltino Leandro Castán, que também é cristão, publicou um versículo com o significado bíblico do arco-íris. Recentemente ele disse que foi “teoricamente obrigado a vestir” a camisa. Nino, porém, disse que não vê problemas com a homenagem e que “Jesus ensinou o amor”.
– Eu vi muitas pessoas vindo falar comigo, questionando o fato de eu ser cristão, como se fosse uma contradição. Mas Jesus ensinou o amor, pregou o respeito entre as pessoas. E eu acho que temos que levantar sempre toda bandeira que grita pelo amor, pelo respeito. Não acho que o amor seja o melhor caminho, acho que é o único caminho. […] Foi um orgulho muito grande – declarou.
O jogo em questão foi contra o Corinthians, no dia 27 de junho, véspera da data em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A homenagem consistiu no uso das cores do arco-íris na abraçadeira do capitão do clube, na hashtag #TimeDeTodos e nos números presentes nas camisas dos jogadores. Além disso, o então capitão Nino, que normalmente veste a camisa de número 33, jogou com a camisa 24.
A ação faz parte da campanha contra a homofobia “Time de Todos”, promovida pelo clube.
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