Thamirys Andrade - 10/12/2024 11h11 | atualizado em 10/12/2024 12h05

Diagnosticado com hemorragia intracraniana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve que ser submetido a um procedimento chamado craniotomia durante a madrugada desta terça-feira (10). Nesse tipo de cirurgia, os médicos retiram temporariamente uma parte do crânio do paciente para obter acesso direto ao cérebro e tratar o problema.

No caso do petista, o objetivo foi drenar um hematoma causado pelo acidente doméstico que ele sofreu no banheiro do Palácio da Alvorada em outubro deste ano. Na ocasião, o chefe do Executivo caiu e bateu a cabeça enquanto cortava as unhas dos pés. Nesta segunda (9), os médicos constataram uma hemorragia via ressonância magnética e decidiram realizar a craniotomia para aliviar a pressão dentro do cérebro causada pelo coágulo.

A craniotomia não é apenas realizada nos casos de hemorragia, como foi com o presidente, mas também pode ser feita para tratar tumores, aneurismas e infecções, por exemplo. A cirurgia é realizada em algumas etapas. Confira a seguir quais são elas:

Anestesia: a primeira etapa envolve a aplicação de anestesia geral no paciente. Há casos, no entanto, em que a pessoa recebe anestesia local, pois, se a cirurgia for feita em regiões delicadas, responsáveis por movimento e fala, por exemplo, é necessário que a pessoa siga acordada a fim de monitorar para que essas funções não sejam comprometidas.

Incisão: em seguida, o neurocirurgião faz uma incisão no couro cabelo, na região que precisa ser acessada. O médico, então, afasta o couro cabelo para ter acesso à parte óssea do crânio.

Abertura do crânio: nessa etapa, o profissional de saúde utiliza ferramentas específicas que atuam como uma serra elétrica ou broca para fazer cortes precisos no crânio e por fim remover temporariamente o “retalho ósseo”.

Acesso ao cérebro: após o osso ser removido, a dura-máter, membrana que envolve o cérebro, é aberta para que o médico tenha acesso direito ao órgão. Dessa forma, o neurocirugião poderá realizar o procedimento necessário de acordo com o problema do paciente, como remover um tumor, ou no caso de Lula, a drenagem do sangramento.

Fechamento: o retalho ósseo é reposicionado e fixado por meio de placas ou parafusos de titânio. O couro cabeludo, por sua vez, é suturado com pontos ou grampos.

Recuperação: por fim, o paciente permanece em observação na sala de recuperação, sendo monitorado à medida que o efeito anestésico passa. O tempo até a alta médica varia de pessoa para pessoa.

Leia também1 Lula tem hemorragia craniana e é operado às pressas em SP
2 Cirurgia: Transferência de Lula para SP foi "operação de guerra"
3 Lula estava indisposto e reclamou de dor na tarde desta segunda
4 Médicos dizem que Lula acordou e que já conversa normalmente
5 Pimenta diz que Lula deve ficar internado por mais alguns dias