CPI: Renan promete ‘trabalho despolitizado’ como relator
Senador afirmou que sua atuação será "técnica, profunda e despolitizada"
Pleno.News - 27/04/2021 14h26 | atualizado em 27/04/2021 15h30

Por 8 votos, a maioria dos integrantes da CPI da Covid escolheu o senador Omar Aziz (PSD-BA) como presidente do grupo nesta terça-feira (27). Ao assumir o posto, Aziz indicou imediatamente Renan Calheiros (MDB-AL) como relator do colegiado. Pelo acordo firmado entre os partidos, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ficou com a vice-presidência.
Na primeira manifestação após ser escolhido pelos colegas, Aziz afirmou que a CPI não servirá como vingança nem para fazer política com mortos.
– Não dá para discutir questões políticas em cima de quase 400 mil mortes. Não me permito isso porque perdi um irmão há 50 dias. Não haverá pré-julgamento da minha parte – disse, antes de acrescentar também que a CPI não irá proteger ninguém.
Renan afirmou que sua atuação será “técnica, profunda e despolitizada”. Em sua primeira fala como relator, pediu 20 segundos de silêncio pelas vítimas da pandemia no país e disse que a CPI não usará de meios que possam suscitar suspeições no futuro, fazendo, inclusive, menção ao ex-juiz Sergio Moro, considerado suspeito nos casos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem Renan é aliado.
Sobre o fato de ter indicado Renan, Aziz destacou que “não existe senador pela metade”. De acordo com o agora presidente da CPI, a discussão sobre quem pode ou não participar da comissão já está muito madura em relação à sociedade.
– Estamos aqui malhando em ferro frio. O senador Renan votou pela ajuda para estados e municípios. Se ele é suspeito, não deveria ter votado, mas é o papel dele – defendeu.
Foram mais de duas horas tentando barrar o acordo. Após a eleição, governistas voltaram a pedir a suspeição de Renan. Aziz indeferiu os pedidos e criticou a insistência na estratégia.
– É justo as pessoas não terem a segunda dose para vacinar? É medo da CPI ou do senador Renan? – complementou.
*Estadão
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