CPI da Pandemia nega pedido para convocação de Carlos Gabas
Gabas teve nome envolvido em polêmica compra de 300 respiradores, feita pelo Consórcio Nordeste, que nunca foram entregues
Paulo Moura - 27/05/2021 10h01 | atualizado em 27/05/2021 10h16
Durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia na quarta-feira (26), o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), negou o pedido do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) para votar a convocação do secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, e do ex-presidente do órgão, o governador Rui Costa, da Bahia.
– O seu pedido está indeferido […] Não precisa me explicar mais nada não. Está indeferido – disse Aziz.
Revoltado com a negativa do comando da comissão, Girão questionou no Twitter os motivos para que, apesar dos indícios de fraude, as convocações relacionadas ao Consórcio Nordeste e de prefeitos não fossem aprovadas.
– Após um mês de trabalho, CPI ainda resiste à ampla e independente apuração. Indícios de fraudes graves são totalmente ignorados, e hoje negaram a convocação do Consórcio Nordeste e de prefeitos. Queremos respostas e não vamos desistir de buscar toda verdade – escreveu Eduardo Girão no Twitter.
Gabas foi ministro da Previdência Social nos governos dos ex-presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff. Atualmente ele comanda os processos de compras do colegiado de governadores nordestinos e já se envolveu em aquisições polêmicas durante sua gestão.
Foi por Gabas que passou, por exemplo, a primeira malsucedida compra de 300 respiradores, feita pelo consórcio ainda no ano passado. Pelo negócio, a entidade pagou R$ 48,7 milhões a HempCare Pharma, mas não recebeu os equipamentos nem o dinheiro de volta.
O nome de Carlos Gabas também apareceu na Operação Custo Brasil, de 2016, que investiga o pagamento de 100 milhões em propinas a funcionários públicos e agentes políticos do Ministério do Planejamento, entre 2010 e 2015.
Há também uma investigação no Ministério Público Federal sobre a “doação” de 30 respiradores à prefeitura de Araraquara, como “propina” na compra destes 300 respiradores do Consórcio Nordeste a HempCare.
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