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Contrariado, Doria afirma que “quem perdeu foi o Brasil”

Governador de São Paulo emitiu nota sobre decisão do PSDB a respeito de Aécio

Ana Luiza Menezes - 21/08/2019 21h16

Governador de São Paulo, João Doria Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag. Brasil

Nesta quarta-feira (21), o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que o PSDB escolheu o lado errado ao rejeitar dois pedidos de expulsão do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).
A decisão foi uma derrota para Doria, que defende a saída do mineiro e é considerado o principal líder tucano hoje.

O governador paulista, que pretende ser candidato à Presidência em 2022, disse que “quem perdeu foi o Brasil”.

– Lamento a decisão da maioria dos membros da executiva do PSDB que votou a favor da manutenção de Aécio na legenda. Respeito a votação, mas ela não reflete o sentimento da opinião pública brasileira – afirmou em nota.

Ao todo, 35 tucanos participaram da reunião no diretório nacional do partido, em Brasília. Foram 30 votos a favor de Aécio, 4 contra e uma abstenção.

– Cada membro da executiva deve responder por sua posição. A minha é clara: Aécio neves deve se afastar do PSDB e fazer sua defesa fora do partido. O derrotado neste caso não foi quem defendeu o afastamento de Aécio. Quem perdeu foi o Brasil.

A ofensiva contra o deputado mineiro foi patrocinada por Doria, que conseguiu apenas quatro votos contra Aécio: o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, do secretário de Saúde da capital paulista, Edson Aparecido, e do tesoureiro do PSDB, César Gontijo.

A abstenção foi do líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Questionado se a posição da executiva foi uma derrota para Doria, Aécio afirmou não enxergar dessa forma, mas classificou o processo como eleitoreiro.

– Ao meu ver, uma preposição inadequada foi feita, claramente, com uma percepção eleitoral e o partido simplesmente disse que aqui tem regras e essas regras é o que vão fortalecer o candidato do partido. Doria tem qualidades, obviamente que é um projeto ainda em construção vai passar por pelo êxito da sua administração em São Paulo, para o qual todos nós torcemos – disse.

Para Aécio, o PSDB deu uma demonstração de que quer virar essa página.

– O PSDB sabe de sua responsabilidade. O partido tomou uma decisão serena e democrática. Não há aqui vitoriosos e vencidos. É uma decisão que respeita não apenas aquilo que prevê o estatuto, mas também a história daqueles que construíram o PSDB. Ninguém perde nesse episódio – disse ele em entrevista a jornalistas.

Nesta quarta, venceu a tese de que, num momento em que a classe política está em xeque, levar adiante um pedido de expulsão de Aécio daria ainda mais gás ao discurso de criminalização da política.

– Nesse quadro tão radicalizado da política brasileira, com tantos desatinos que estamos assistindo, de um governo que ainda não compreendeu a dimensão do seu papel de presidir o país e não um gueto, uma parcela, há um espaço enorme para que o PSDB reassuma um papel de protagonismo – declarou Aécio.

A solução pró-Aécio surgiu também em meio a uma série de apelos de líderes dos principais partidos do Congresso a integrantes do PSDB. Caciques de importantes siglas pediram ao líder tucano na Câmara, Carlos Sampaio, que trabalhasse para evitar o avanço da discussão da expulsão.

A vitória de Aécio não significa um arrefecimento da situação do deputado dentro do PSDB, avaliam aliados do mineiro. Eles dizem que novas representações devem surgir e, mesmo diante da maioria formada nesta quarta, haverá pressão para que o deputado deixe a sigla.

O diretório municipal de São Bernardo do Campo, do grupo político do prefeito Orlando Morando, por exemplo, já formulou um pedido de expulsão do mineiro. Morando, que é um dos principais aliados de Doria, afirmou que a discussão sobre a saída de Aécio do PSDB não está encerrada.

– Quero deixar claro o desconforto que é ter o Aécio Neves nos nossos quadros partidários. É um erro de avaliação política a permanência e o estrago que a imagem do Aécio causa ao partido – avaliou.

Aécio é réu no processo relativo ao episódio em que foi gravado, em março de 2017, pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS. O valor foi entregue em parcelas a pessoas próximas ao tucano, segundo a acusação. A Polícia Federal chegou a filmar a entrega de dinheiro vivo a um primo dele.

O deputado nega a prática de crimes e diz que o dinheiro era um empréstimo pedido a Joesley.

– Essas questões jurídicas serão esclarecidas no seu tempo. Tenho enorme orgulho do papel que desempenhei ao longo de toda a minha vida, inclusive nos quase cinco anos em que fui presidente do PSDB. Agi sempre dentro da lei e em defesa dos interesses do partido – afirmou Aécio.

*Folhapress

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