Confira o que pensam Bolsonaro e Lula a respeito do aborto
Petista já chamou aborto de "direito da mulher", enquanto atual presidente lamentou liberações recentes da prática na Argentina e Colômbia
Paulo Moura - 24/02/2022 15h07 | atualizado em 24/02/2022 15h39
Nos últimos dias, o aborto voltou a se tornar pauta nos noticiários após a Justiça da Colômbia anunciar a liberação da prática em gestações de até 24 semanas. Por conta desse fato, inúmeros posicionamentos sobre a medida tomaram de conta das redes sociais, tanto de famosos como de anônimos.
Ao tecer um comentário sobre o assunto na última terça-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “a esquerda festeja e aplaude a liberação do aborto até o 6° mês de gestação”. Ele destacou que bebês com esse tempo de vida “já têm tato, olfato, paladar” e questionou qual seria “o limite dessa desumanização de um ser inocente”.
Apesar de não ter se posicionado sobre o fato ocorrido na Colômbia, o ex-presidente Lula (PT), principal concorrente de Bolsonaro na disputa presidencial, já falou inúmeras vezes sobre o tema em outras ocasiões. Por isso, o Pleno.News relembra abaixo quais foram os posicionamentos tanto do petista quanto do atual presidente da República sobre o assunto. Confira:
LULA JÁ DISSE QUE ABORTO É “QUESTÃO DE SAÚDE” E “DIREITO DA MULHER”
Em setembro do ano passado, durante o podcast Mano a Mano, com o rapper Mano Brown, Lula afirmou que o aborto era “um direito da mulher” e uma questão de “saúde pública”. Na ocasião, o petista tentou se esquivar de emitir seu posicionamento pessoal, mas afirmou ser contra a prática. Apesar disso, ele afirmou que não precisava ter preferência sobre o tema enquanto chefe de Estado.
– Não tenho vergonha de dizer que eu, Lula, pai de 5 filhos, sou contra o aborto. Mas, enquanto chefe de Estado, tenho que tratar o assunto como saúde pública. Eu acho que o aborto é um direito da mulher. Não preciso ser favorável, mas tenho que cuidar para que todos sejam tratados dignamente pela saúde pública – declarou, na época.
BOLSONARO DIZ QUE, SE DEPENDER DELE, ABORTO JAMAIS SERÁ APROVADO NO BRASIL
Em dezembro de 2020, após a aprovação, pelo Congresso argentino, de um projeto de lei que legalizou o aborto no país governado por Alberto Fernández, o presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter para criticar a medida e dizer que, se dependesse dele, o aborto jamais seria aprovado no Brasil.
– Lamento profundamente pelas vidas das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado. No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo. Lutaremos sempre para proteger a vida dos inocentes! – escreveu, na época.
ONG PRÓ-ABORTO RECEBEU R$ 5 MILHÕES NA ERA PT
Durante os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, o instituto pró-aborto Anis recebeu R$ 5,2 milhões do governo federal para a realização de 15 projetos diferentes. A fundação foi criada pela ativista e antropóloga Debora Diniz em 1999 e recebeu os benefícios entre 2005 e 2014.
Apesar de intitular-se “Instituto de Bioética”, a ONG tem como objetivo fundamental atuar em prol da legalização do aborto no Brasil. Segundo o site Gazeta do Povo, ao longo dos anos a Anis foi responsável por impulsionar quase todos os projetos relacionados à pauta.
De acordo com dados do Portal da Transparência, um dos projetos que recebeu apoio do governo custava R$ 600 mil e tinha como proposta a “implementação de políticas de atenção à saúde da mulher – Política Nacional de Planejamento Familiar”.
BOLSONARO PROPÕE CRIAÇÃO DE DIA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE RISCOS DO ABORTO
Em julho do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional dois projetos de lei em favor da família. Os textos tinham como proposta a criação do Dia Nacional do Nascituro e de Conscientização sobre os Riscos do Aborto e do Dia Nacional de Conscientização pela Paternidade Responsável.
Sobre o Dia do Nascituro e da Conscientização sobre o Aborto, o governo esclareceu, na época em que a medida foi protocolada, que a proposta tinha como objetivo ampliar as ações do governo “na defesa do direito fundamental à vida da criança nascitura e nos alertas às graves consequências do aborto”. Atualmente, a medida segue em tramitação na Câmara como o PL 2611/2021.
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