Comissão de Ética da Presidência investiga Moreira
Ex-ministro Geddel Vieira Lima também será investigado. Comissão pediu ainda explicações de Eliseu Padilha
Henrique Gimenes - 18/09/2017 21h22 | atualizado em 19/09/2017 10h39

A Comissão de Ética da Presidência da República abriu, nesta segunda-feira (18), dois processos para investigar a conduta do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Também foi aprovado o envio de um pedido de esclarecimentos ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. A decisão tem por base as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aos membros do governo.
No caso do ministro Moreira Franco, a Comissão irá apurar se houve favorecimento a duas empresas, Odebrecht e Bertin, na concessão de empréstimos com recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). O ministro ocupou o cargo de vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF).
O segundo processo contra Moreira Franco é para averiguar se houve conflito de interesse por parte do ministro, já que seu filho, Pedro Moreira Franco, trabalhava como executivo da Odebrecht no período em que ocupou o cargo na Caixa.
O ministro Eliseu Padilha será questionado por ter seu nome mencionado em processos contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que atualmente encontra-se preso, por obstrução de Justiça. Geddel teria agido para impedir acordo de delação premiada do ex-deputado federal Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro.
A Comissão de Ética da Presidência da República ainda abrirá mais dois novos procedimentos para apurar se houve infração ética por parte do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Uma das denúncias irá investigar se Geddel favoreceu a Odebrecht enquanto ocupava o cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da CEF. O outro processo irá apurar se o ex-ministro recebeu, juntamente com o ex-diretor do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), Elias Fernandes Neto, recursos ilícitos vindos de contratos firmados com o órgão.
Por fim, a Comissão decidiu aplicar advertência ao secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República, Márcio de Freitas. A Fundação Ulysses Guimarães, que é ligada ao PMDB, teria enviado recursos enquanto Márcio de Freitas ocupava o posto de assessor da vice-presidência da República.