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Comandante da Marinha diz que Forças não são poder moderador

Marcos Sampaio Olsen falou sobre a infiltração política nas Forças Armadas

Marcos Melo - 05/05/2023 18h43 | atualizado em 08/05/2023 12h36

Almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha Foto: Flickr/Marinha do Brasil

O almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha, em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira (5), falou a respeito da aura política que, supostamente, paira sobre a atmosfera militar. Na oportunidade, ele rechaçou a possibilidade de qualquer envolvimento político por militares da ativa e afirmou que não cabe às Forças Armadas a condição de poder moderador, já que essa é atribuição tão somente do Supremo Tribunal Federal (STF).

– (…) Verificamos que havia militares filiados a partidos políticos. Isso é uma contravenção disciplinar que deve ser apurada em processo administrativo, caso a caso, garantindo amplo direito de defesa. Observamos que vários militares estavam filiados à revelia do próprio, por má-fé de diversos partidos. Eu mesmo procurei olhar se não estava filiado. Estabelecemos um prazo dentro de 90 dias para que possam requerer suas desfiliações, demonstrando atitude de boa-fé. (…) Aqueles que continuarem filiados serão passíveis de processo administrativo – afirmou.

Olsen falou sobre a polarização que acomete o Brasil e enfatizou que atuação política não coaduna com o exercício da função militar.

– Olhar o artigo 142 da Constituição e enxergar que as Forças Armadas poderiam ser um poder moderador é equivocado. As Forças Armadas não estão ali para discernir o que possa vir a ser um contencioso entre dois Poderes. O papel de interpretar a Constituição Brasileira não é das Forças. É do Supremo Tribunal Federal – observou.

O almirante falou, também, sobre o sentimento de prestígio proporcionado pelo presidente Lula (PT).

– Eu nunca vi essa desconfiança do presidente ir além das palavras na relação com a Força. Acho absolutamente justificável, em função de tudo que ocorreu. (…) Desde a primeira conversa que eu tive com ele, sempre se mostrou preocupado em assegurar os investimentos para a Força. Nunca deixei de ser recebido pelo presidente da República. Em uma das nossas reuniões, houve uma interrupção, e o presidente disse: “Quando eu tiver reunido com o ministro da Defesa e os comandantes das Forças, não me interrompa”. Recentemente, passei por uma cirurgia, e o presidente me ligou de Portugal para saber como eu estava – relatou.

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