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Em 2019, Kajuru chamou Gilmar Mendes de "bandido" e "corrupto"

Marcos Melo - 18/04/2023 15h12 | atualizado em 18/04/2023 16h31

Jorge Kajuru Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu “ressuscitar” repentinamente o pedido de ação contra o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), nesta segunda-feira (17), por ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O episódio ocorreu no ano de 2019 e o desarquivamento parece incomum, já que não apresenta nenhum fato novo acerca desse referido processo.

O caso de Kajuru estava “enterrado” até ocorrer o inesperado pedido de prisão da PGR contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), também nesta segunda-feira (17), pelo mesmo crime de calúnia, contra o mesmo ministro, Gilmar Mendes.

Moro aparece em vídeo, participando de uma festa junina, quando – em tom jocoso, descontraído, referindo-se a quadrilha típica dessas festas – responde a uma provocação de uma interlocutora que fala: “Está subornando o velho?”. Eis que o ex-ministro da Justiça, rindo, diz que “não, isso é fiança. Instituto… Para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.

Já o caso de Kajuru, embora pareça semelhante ao de Moro – em face da mesma tipificação penal e em se tratar do mesmo indivíduo, o ministro Gilmar Mendes – tem peculiaridades bem distintas. O ex-apresentador de TV proferiu diversas acusações gravíssimas ao ministro e chegou a adjetivá-lo de “bandido” e “corrupto”.

– (…) Seu bandido, seu corrupto. (…) E a CPI da Toga vai lhe convocar, você vai ser o primeiro, você vai ser o primeiro a ser questionado. Nós queremos saber como você tem R$ 20 milhões de patrimônio. De onde você tirou esse patrimônio? De Mega Sena? De herança de quem você tirou, Gilmar Mendes? Foram das sentenças que você vendeu! – denunciou Kajuru em 2019.

– Ele viaja 12 vezes por mês a Portugal ao dinheiro de vocês. Vocês pagam a passagem aérea dele de primeira classe – disse o senador na época.

Na sequência dessa fala, o parlamentar também afirmou que o ministro mandou soltar Beto Richa, ex-governador do Paraná, porque “é sócio dele”.

– Beto Richa é sócio dele. O Aécio Neves é sócio dele. O Marconi Perillo [ex-governador de Goiás] é sócio dele – declarou Kajuru.

Apesar do teor e da gravidade das denúncias apresentadas por um senador da República contra um ministro da mais alta Corte do Brasil, não houve qualquer punição ao senador, nem tampouco qualquer investigação instaurada para apurar as denúncias contra Gilmar Mendes.

A vice-procuradora da República, Lindôra Araújo, alegou que só viu depois que o ministro Gilmar Mendes tinha enviado manifestação sobre o caso envolvendo Kajuru à presidência do STF, no dia 19 de março. Ela classificou as falas do senador como “ofensivas” e disse que o parlamentar “desbordou dos limites do exercício regular do direito à liberdade de expressão constitucionalmente assegurado”.

O desarquivamento do processo contra Jorge Kajuru ocorre quatro anos depois das referidas falas, enquanto todo o processo na PGR, de apreciação da denúncia e a expedição do pedido de prisão contra o senador Sergio Moro ao STF, (sem que ele fosse, sequer, ouvido) durou céleres três dias.

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