Ciro faz aceno a Simone Tebet como vice: “Ela é diferente”
Ele deu declarações durante uma entrevista à Rádio Bandeirantes
Pleno.News - 12/05/2022 14h59 | atualizado em 12/05/2022 16h22
O pré-candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, acenou com a possibilidade de ter a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata do MDB, como vice em sua chapa na disputa de 2022. Para ele, Tebet é uma pessoa “diferente” e está sendo “traída pelo próprio partido”.
– Eu tenho uma pessoa dessas aí (da terceira via) que eu respeito muito. Ela é diferente. Ela não é uma viúva do bolsonarismo igual o (João) Doria. Ela é uma pessoa que acho que vai ter um papel importante, que é a Simone Tebet – disse Ciro.
Ele deu declarações durante uma entrevista à Rádio Bandeirantes. Ciro foi questionado sobre qual pré-candidato da terceira via ele aceitaria ter na chapa.
– Simone Tebet está sendo traída pelo próprio partido porque o Lula está corrompendo. Já está acertado com Eunício Oliveira e o Renan Calheiros, os mesmos do esquema do escândalo do Petrolão – declarou o pedetista.
Ele fez referência às articulações do senador Renan Calheiros (AL) e do ex-senador Eunício Oliveira, do MDB, em torno da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesta quarta-feira (11), os presidentes dos partidos da terceira via (PSDB, MDB e Cidadania) deram demonstração de sobrevida ao projeto de candidato único, ao definirem que o nome de consenso será definido a partir da análise conjunta de pesquisas quantitativas e qualitativas encomendadas pelas legendas. Atualmente, Simone Tebet e o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), são considerados pré-candidatos do grupo ao Planalto.
Ciro voltou a afirmar que se manterá na disputa até o fim.
– O sistema me quer ver expelido. Ele não quer nem que eu tenha direito de falar. Exigem todo dia que eu tire a minha candidatura – disse.
Em uma rede social, Ciro Gomes argumentou que, sem sua candidatura, a polarização aumentaria no momento em que Lula “estagnou” e Bolsonaro se sustenta nas pesquisas de intenção de votos para a Presidência.
PROPOSTAS PARA ECONOMIA
Segundo Ciro, a inflação no país, é “produzida pelo governo”.
– Ele determina o preço dos combustíveis, do gás de cozinha, o diesel do frete que está na carne – disse.
Ele destacou que o mesmo mecanismo acontece com o aumento de energia elétrica, que também impacta no valor dos alimentos.
Nesse cenário, Ciro defendeu uma política de abastecimento e preço para lidar com o aumento de produtos essenciais que são produzidos no país, como café e açúcar.
– Nós fazíamos isso exemplarmente no passado. Fernando Henrique Cardoso, Lula e Bolsonaro destruíram a estrutura de abastecimento e preço do Brasil por prostração ideológica – afirmou.
A ideia do pré-candidato é que o governo seja capaz de oferecer produtos a um preço acessível para a população em momentos instáveis politicamente, em episódios de guerras internacionais, por exemplo.
RELIGIÃO
Durante a entrevista, o pré-candidato evocou expressões religiosas para explicar suas ideias. Em uma delas, usou uma frase bíblica presente no livro de Mateus, que diz que “ninguém serve a dois senhores” para exemplificar a política de preços da Petrobras.
Em outro momento, Ciro Gomes afirmou que tem rezado pela disputa.
– Estou pedindo a Deus todo dia que ilumine as minhas palavras que não seja pra mim, que seja pra outro. Mas vamos desarmar essa bomba.
O discurso religioso tem sido bastante utilizado entre os pré-candidatos como uma medida de atrair eleitores antes aliados do presidente Jair Bolsonaro. Em abril, Ciro participou de um ato, em Brasília, no qual o PDT lançou o Movimento Cristãos Trabalhistas, com o objetivo de aproximar o partido das igrejas evangélicas e católicas.
A mesma movimentação tem sido vista na pré-campanha de Lula, cujo responsável por essa aproximação com líderes religiosos é o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice.
*AE
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