Carla Zambelli vai à PF, mas depoimento é adiado; entenda
PF desistiu de oitiva após defesa dizer que só permitiria que ela falasse ao obter a íntegra das investigações
Pleno.News - 07/08/2023 16h09 | atualizado em 07/08/2023 16h44
A Polícia Federal (PF) adiou o depoimento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) no bojo da Operação 3FA, que fez buscas em endereços da parlamentar por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a inserção de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A oitiva seria realizada a partir das 14h desta segunda (7), mas foi redesignada pela própria corporação após a defesa divulgar que a parlamentar não responderia às perguntas dos investigadores até que seus advogados tivessem acesso à íntegra das investigações da 3FA. Ainda não há nova data para a oitiva.
– Embora a deputada queira ser ouvida e prestar todos os esclarecimentos – justamente por não ter cometido ou participado de qualquer ilicitude – sobre os fatos relativos à operação deflagrada nesta semana, por expressa orientação da defesa técnica, não responderá às perguntas até que sejam fornecidas cópias de todo o inquérito e das cautelares – o que ainda não ocorreu -, justamente para assegurar a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal – indicou o advogado da parlamentar, Daniel Bialski, na semana passada.
Zambelli foi um dos alvos principais da ofensiva aberta na última quarta-feira (2) junto de Walter Delgatti Neto, hacker do ex-juiz Sergio Moro e de ex-integrantes da Operação Lava Jato, entre eles o ex-deputado Deltan Dallagnol. Ele foi preso no bojo da operação.
O inquérito se debruça sobre delitos que ocorreram entre 4 e 6 de janeiro, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Em depoimento dado em oitiva no dia 27 de julho, o hacker admitiu a invasão do sistema do CNJ e implicou Zambelli diretamente pela inserção da ordem de prisão fraudulenta contra Moraes. Segundo a PF, Walter Delgatti disse que recebeu pagamentos como “contraprestação para ficar à disposição da parlamentar”.
Ele ainda citou o ex-presidente Jair Bolsonaro. Disse ter encontrado o ex-chefe do Executivo no Palácio do Alvorada, “tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código-fonte, conseguiria invadir a Urna Eletrônica”. Segundo o hacker, “isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal”.
A expectativa que gira em torno da oitiva de Zambelli é se a deputada vai revelar algum detalhe da reunião do hacker que possa atingir Jair Bolsonaro.
*AE
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