Camargo muda logo da Palmares e é acusado de intolerância
Símbolo representava machado de Xangô
Pierre Borges - 24/08/2021 16h55 | atualizado em 14/10/2021 14h33

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, será convocado pela CPI da Intolerância Religiosa, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Isso porque Camargo decidiu abrir um concurso público para substituir o logotipo da fundação, feito em homenagem ao orixá Xangô.
O relator da CPI, deputado Átila Nunes, enviou nesta terça-feira (24) uma representação ao Ministério Público Federal pedindo a abertura de inquérito e o cancelamento do concurso.
O símbolo que Camargo planeja substituir foi criado em 2010 pelo designer baiano Beto Cerqueira e representa o machado de Xangô. Após o anúncio da troca, sete instituições de design divulgaram notas de repúdio contra a alteração.
O relator afirma que “não se pode pactuar com a extinção da grande conquista que a instituição representa para a comunidade negra brasileira, que é a promoção da preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”.
No Twitter, Camargo afirmou que “não há intolerância religiosa alguma” e que o novo símbolo “representará o povo brasileiro em toda a sua amplitude”. O edital do concurso determina que o logo deverá, “obrigatoriamente, adotar formas e cores que remetam única e exclusivamente à nação brasileira, considerando a condição de Estado laico do Brasil”.
O valor oferecido para o vencedor do concurso é de R$ 20 mil.
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