Câmara suspende decreto sobre sigilo de documentos
Texto foi assinado em janeiro pelo vice-presidente, Hamilton Mourão
Henrique Gimenes - 19/02/2019 19h04
Nesta terça-feira (19), a Câmara dos Deputados aprovou a suspensão de um decreto presidencial que liberava a servidores comissionados e dirigentes de fundações, autarquias e empresas públicas a possibilidade decretar sigilo em dados públicos. A votação ocorreu de forma simbólica.
O documento foi assinado em janeiro pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, na época em exercício na Presidência. O decreto modificou regras da Lei de Acesso à Informação (LAI) para ampliar quem poderia determinar sigilo ultrassecreto e secreto.
Atualmente somente o presidente, o vice-presidente, ministros de estado, comandantes das Forças Armadas e chefes de missões diplomáticas no exterior possuem a capacidade classificar os documentos. Com o decreto, cargos comissionados também poderiam decretar o sigilo.
Informações que forem classificadas como ultrassecretas só se tornarão públicas depois de um período de 25 anos. Já as informações secretas somente depois de 15 anos. Ainda há o grau reservado, que torna os dados inacessíveis por 5 anos.
O texto que suspende o decreto agora seguirá para análise no Senado.
Leia também1 Moro: "No mundo real, não há nenhuma crise no governo"
2 Feliciano pode presidir Direitos Humanos novamente