Cacique Raoni pede para Lula não explorar petróleo no Amapá
O pajé disse que espíritos o avisaram que não é uma boa ideia explorar a Margem Equatorial
Pleno.News - 04/04/2025 21h28 | atualizado em 06/04/2025 15h01

Um dos maiores líderes indígenas brasileiros, o cacique caiapó Raoni pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para não autorizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região costeira entre o Rio Grande do Norte e o Amapá. O cacique pontuou não querer que ele e Lula entrem em contradição com algo e disse que “essas coisas, na forma como estão”, garantem que se tenha um meio ambiente com menos poluição.
O pedido aconteceu nesta sexta-feira (4) durante visita do chefe do Executivo federal à Aldeia Piaraçu, em Mato Grosso. No evento, estavam presentes a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, da Cultura, Margareth Menezes, dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, do Meio Ambiente, Marina Silva, da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
– Estou sabendo que na foz do Amazonas, o senhor está pensando no petróleo que tem lá embaixo. Penso que não, porque essas coisas, na forma como estão, garantem que a gente tenha o meio ambiente e terra com menos poluição e aquecimento – afirmou cacique Raoni.
– Se isso acontecer, sou pajé também e tive contato com os espíritos que sabem do risco que a gente tem de continuar trabalhando dessa forma de destruir, que podemos ter consequências muito grandes que não podemos conseguir parar – completou.
Na fala, a liderança indígena disse não querer entrar em contradição com o presidente.
– Quero que eu e o senhor Lula façamos o trabalho que beneficie povos indígenas do Brasil – comentou.
O cacique disse ter pedido três vezes para Lula ir à região e, apenas na terceira vez, o petista cumpriu a palavra e realizou a visita, que acontece nesta sexta.
Raoni também pediu para Lula pensar em seu próximo sucessor.
– Tem que ser o próximo presidente da República para continuar com a forma do seu trabalho de proteger povos indígenas e nosso território para apoiar os povos indígenas – disse.
*AE
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