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Cabral é acusado de lavar R$ 1,6 mi em propina com vinhos

Compra foi feita por ex-presidente do banco Prosper, Edson Menezes, também denunciado

Pleno.News - 29/04/2020 19h41 | atualizado em 29/04/2020 19h45

Ex-governador Sérgio Cabral Foto: Folhapress/Cassiano Rosário

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi denunciado nesta quarta-feira (29) sob acusação de lavar R$ 1,6 milhão obtidos com propina por meio da compra de vinhos num leilão internacional. Também são alvos da ação o doleiro Dario Messer e o empresário Edson Menezes, ex-presidente do banco Prosper.

Foco da 31ª denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-governador, o leilão de vinhos se soma a joalherias, escritório de advocacia e restaurante de comida japonesa como meios de lavagem da propina obtida no esquema de corrupção no Rio de Janeiro.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato fluminense, Menezes pagou 303 mil (R$ 1.616,87) num leilão de vinhos promovido pela Sotheby’s Wine em Nova York em outubro de 2011. A mais cara foi uma Romanée Conti 1985, de 11.250 dólares (R$ 58 mil); ele comprou duas garrafas.

O valor, pela acusação, foi ressarcido por Cabral por meio de contas no exterior geridas por seus doleiros-laranjas Renato e Marcelo Chebar, delatores da Lava Jato. Estes, por sua vez, usaram a estrutura de Messer para repassar o dinheiro a Menezes.

De acordo com o delator Carlos Miranda, gerente da propina de Cabral, o ex-governador mantinha uma grande adega em sua casa de veraneio em Mangaratiba. Cabral também tinha um equipamento, de menor porte, em seu apartamento no Leblon, zona sul da capital.

Menezes chegou a ser preso preventivamente em agosto de 2018 sob suspeita de ter pago propina para atuar na preparação do edital de leilão da folha de pagamento dos servidores estaduais na gestão de Cabral.

O banco Prosper foi subcontratado da FGV (Fundação Getúlio Vargas), contratada para fazer a consultoria ao estado no leilão. A entidade de ensino é investigada no caso. O vencedor do leilão foi o Bradesco, não citado na apuração.

Em delação premiada, Carlos Miranda disse que Menezes prometeu pagar R$ 6 milhões para atuar no negócio.

O ex-governador está preso desde novembro de 2016 acusado de cobrar 5% de propina sobre os grandes contratos do estado. Ele é réu em 31 ações penais decorrentes da Lava Jato, além de outras duas ações criminais sem relação com a operação. Já foi condenado em 13 processos cujas penas somam mais de 282 anos de prisão.

Cabral firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O advogado Átila Machado, que defender Messer, afirmou que “os fatos narrados na denúncia não correspondem com a verdade”.

– Se a acusação prosseguir e alcançar a fase de instrução, a defesa provará de forma cabal a inocência de Dario Messer – afirmou Machado.

As defesas de Cabral e Menezes ainda não se manifestaram.

*Folhapress

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