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Boulos diz que CPI do MST quer “criminalizar” o movimento

Líder do MST chamou criação do colegiado de "totalmente descabida"

Thamirys Andrade - 05/05/2023 16h52 | atualizado em 05/05/2023 18h29

Deputado federal Guilherme Boulos Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) chamou de “totalmente descabida” a instalação de uma CPI para investigar o aumento de invasões de propriedades rurais no Brasil. Para o parlamentar, não há motivos concretos para a criação do colegiado que, segundo ele, visaria a “criminalização do movimento social”.

As declarações foram feitas nesta sexta-feira (5), na Jovem Pan News, durante um debate entre Boulos e o deputado estadual por São Paulo Tomé Abduch (Republicanos).

– Essa CPI é um casuísmo, que inclusive vai ser questionada no Supremo Tribunal Federal porque não tem objeto. Pela legislação, uma CPI precisa ter um fato definido para poder ser instaurada. Uma CPI do MST é uma coisa totalmente descabida – defendeu Boulos.

Na sequência, ele acusou empresários do agronegócio de financiarem os atos do 8 de janeiro, em Brasília.

– [A CPI] Foi articulada pela Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional com o objetivo claro de criminalização do movimento social. Eu fico me perguntando por que não propuseram uma CPI dos empresários do agro que apoiaram e financiaram a tentativa de golpe do 8 de janeiro. Porque não se propõe uma CPI sobre as dívidas acumuladas de várias empresas do agro com o Banco do Brasil (…)? Acho que essas CPIs seriam mais benéficas para o país do que criminalizar o movimento – completou.

O psolista foi rebatido por Abduch, que defendeu a necessidade da CPI do MST. Para ele, é fundamental proteger o agronegócio, “que é o que move o Brasil”. O deputado defende que as pessoas ligadas ao agro estão “aterrorizadas com esse movimento que invade propriedades”.

O parlamentar também disse que as famílias acampadas são levadas ao erro pelo movimento e expostas a riscos.

– Você é levado ao erro, em uma madrugada, muitas vezes com um pedaço de pau e uma pedra na mão, com a sua família atrás de você, é orientado a invadir uma propriedade privada. Fico me colocando no medo que você deve sentir naquele momento. Ao mesmo tempo, eu me coloco na situação do proprietário da propriedade privada, que tem sua propriedade invadida, a qual ele lutou durante anos para tê-la. E o que pode acontecer em um momento de nervoso, acontecer uma tragédia – advertiu.

Para Abduch, a solução é a distribuição de títulos de terras, “sem invadir nada e indo no Incra de maneira correta”. Ele finalizou citando que o governo Bolsonaro entregou 400 mil títulos de propriedade, 200 mil a mais que nos governos Lula e Dilma juntos, em 12 anos. O parlamentar completou dizendo que se o ritmo fosse mantido, “em praticamente um ano” se acabaria com “o problema da reforma agrária”.

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