Gabriel Mansur - 06/09/2022 16h05 | atualizado em 06/09/2022 16h30

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro nesta terça-feira (6). O chefe do Executivo também defendeu a atuação das Forças Armadas no pleito, alegando que, com a presença militar, “as chances de fraude chegam próximas a zero”.

A declaração foi dada durante sabatina à Jovem Pan News e ocorre às vésperas das celebrações pelos 200 anos da Independência do Brasil. O candidato à reeleição, inclusive, garantiu presença em atos no Distrito Federal, pela manhã, e na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, pela parte da tarde.

– Aceitando propostas das Forças Armadas, as chances de fraude chegam próximas a zero. Se tem sistema de segurança para sua casa, você vai aceitar ou não? Por que outros países não adotam esse sistema? Não podemos mais questionar? (…) Onde vai chegar essa escalada autoritária? – contestou.

Para Bolsonaro, os aparelhos eletrônicos só serão 100% seguros se emitirem o “comprovante” do voto de cada cidadão. O presidente relembrou ainda que outros presidenciáveis, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) já desconfiaram de uma eventual falta de segurança das urnas.

– Eleições limpas e transparentes não devem ser questionadas em lugar nenhum. Quanto eu confio de 0 a 10 nas urnas? Confio “10” no Paraguai, na Colômbia, Chile, França, que é o voto no papel. No resto, a gente tem que ficar preocupado. (…) Eu no início apoiei o voto eletrônico, depois o voto impresso. Parlamentares como Simone Tebet, Roberto Requião, Ciro Gomes já defenderam voto impresso. Agora, eu que estou errado? Quero transparência – emendou.

O Tribunal Superior Eleitoral convidou as Forças Armadas para participar de uma comissão de transparência sobre as eleições deste ano. Desde a instauração da comissão, os militares realizaram inspeções, com o aval dos ministros da Corte Eleitoral, para atestar a segurança das urnas.

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, até se reuniu com o presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, em duas ocasiões, alegando que qualquer impasse sobre as urnas estava superado.

Uma das sugestões feitas pelas Forças Armadas, o uso de biometria de eleitores em teste de integridade das urnas, deverá ser aplicado já nas eleições de outubro.

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