Bolsonaro: “Temos ministérios sem interferência política”
Presidente eleito fez uma transmissão ao vivo em suas redes sociais para falar sobre as medidas que já tomou
Henrique Gimenes - 12/12/2018 21h15 | atualizado em 13/12/2018 10h21
O presidente eleito Jair Bolsonaro realizou, nesta quarta-feira (12), uma transmissão ao vivo em suas redes sociais para mostrar as ações que já está tomando antes de seu governo começar. Entre os temas dos quais falou estão: questões ambientais, o Ibama e o Acordo de Paris.
– Entre as exigências do Acordo de Paris se exige que o Brasil faça o reflorestamento de uma área enorme, algumas vezes o estado do Rio de Janeiro. Não temos como cumprir uma exigência dessa, até porque é para ser cumprido em 2030, mas as sanções vêm aí. Em um primeiro momento as políticas, depois as econômicas e por fim as de força. Não podemos colocar em risco a nossa soberania nacional – explicou.
O presidente eleito falou que pretende sugerir mudanças no Acordo de Paris ou o Brasil sairá do tratado.
– Vamos sugerir mudanças no Acordo de Paris. Caso não mude, vamos sair. Quantos países não assinaram o acordo? Muitos importantes. Outros saíram. Porque o Brasil tem que dar uma de politicamente correto e permanecer em um acordo possivelmente danoso à nossa soberania? – apontou.
Bolsonaro também falou sobre suas escolhas para compor os ministérios e lembrou que cumpriu uma promessa de campanha, a de decidir por nomes técnicos.
– Reduzimos os número de ministérios. Estamos prontos para começar a trabalhar a partir de janeiro. E escolhemos os ministérios sem interferência política. São pessoas técnicas. Inclusive teve gente que ganhava muito mais aí fora e veio trabalhar conosco por querer ver o Brasil sair da situação em que se encontra – destacou.
Ao final da transmissão, o presidente eleito também falou sobre o ex-assessor de seu filho, Flávio Bolsonaro, que teve seu nome citado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Fabrício José de Queiroz teria movimentado R$ 1,2 milhão em um período de um ano, considerado como “atípico” por ser incompatível com o patrimônio e com a atividade econômica do ex-assessor.
– Eu não sou investigado. Meu filho Flávio Bolsonaro não é investigado. E esse ex-assessor nosso será ouvido na semana que vem. Esperamos que ele dê os devidos esclarecimentos. Agora, se algo estiver errado, que seja comigo, com meu filho ou com o Queiroz, que paguemos a conta deste erro com o qual não podemos comungar – explicou.
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