Bolsonaro repudia “boicote” a Mendonça: “O problema sou eu”
Presidente criticou Davi Alcolumbre por demora na sabatina do indicado ao STF
Gabriela Doria - 09/11/2021 17h19 | atualizado em 09/11/2021 17h28
O presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar, nesta terça-feira (9), sobre a demora na aprovação de André Mendonça para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais de três meses após indicar o ex-ministro e ex-advogado-geral da União para o cargo, Bolsonaro considerou que “o grande problema” que impede a sabatina do aliado é o fato de ele ter sido o responsável por escolher Mendonça.
Em entrevista ao Jornal da Cidade Online, o presidente também citou o perfil de Mendonça como um fator de resistência para sua aprovação.
– É muito importante uma vaga para o Supremo Tribunal Federal. Queria que as pessoas que estão contra o André falassem que estão contra por algum motivo. Não têm [motivo]. Estão contra pela independência dele. Talvez pela sua religiosidade, talvez por que o voto dele não seja o que eles gostariam que fosse – afirmou.
Em seguida, Bolsonaro disse que o “problema disso tudo” era ele mesmo.
– E o grande problema disso tudo sou eu. Não é o André. Sou eu. Se eu for reeleito, vou botar mais dois com o perfil parecido com o [do] André. Não quer dizer que [o perfil] seja evangélico. O compromisso com evangélico eu estou pagando agora e me sinto muito bem – declarou.
O presidente também citou diretamente o senador Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e responsável pela demora na sabatina de Mendonça. Para Bolsonaro, Alcolumbre “quer outro nome” para a vaga.
Na mesma entrevista, Bolsonaro disse que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Acolumbre (DEM-AP), não coloca a indicação em votação porque “quer outro nome”. O presidente disse, contudo, que não irá desistir de Mendonça.
— Agora indiquei um, que é um compromisso meu, um evangélico. Está dando para quatro meses que não entra na pauta para a sabatina. O que está acontecendo? O presidente da Comissão de Constituição e Justiça não é simpático a esse nome. E como ele não é simpático a esse nome, ele quer outro nome. Agora, eu não tenho como fugir do nome do André – finalizou.
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