“Bolsonaro gere mal a cultura por causa de seus assessores”
Carlos Vereza elogiou percepção do presidente sobre a área, mas disse estar indo "para o outro extremo"
Camille Dornelles - 16/08/2019 15h22
Um dos poucos artistas brasileiros abertamente partidários de Jair Bolsonaro, o ator Carlos Vereza, afirmou que o presidente não tem gerido bem a cultura. O artista justificou que a culpa é do “preconceito dos seus assessores”.
– Bolsonaro está levando mal a gestão cultural por preconceito dos seus assessores, não dele. O fato de que votei por ele não significa que eu seja um fanático. O seu partido o faz priorizar certas imagens militares, com as quais não estou de acordo. Não posso pedir a Bolsonaro que os seus ídolos sejam Baudelaire, Rimbaud ou Velázquez – declarou.
Segundo Vereza, o presidente tem a percepção de que a cultura foi “muito mal utilizada e explorada de maneira incorreta” pelos governos anteriores.
– Ele tem um olhar um tanto sectário para a cultura porque os artistas o criticaram fortemente. Acredito que ainda tem um rastro de vingança e acho que tem que ser mais flexível com a cultura – ponderou.
MAIS RECURSO PARA A LEI ROUANET
Sobre a lei de incentivo da cultura, conhecida como Lei Rouanet, Vereza pediu um teto maior de captação de recursos para os musicais, de até R$ 6 milhões, por se tratar de uma indústria com um custo de produção e manutenção mais alto que o cinema.
– O limite passou de 60 milhões para 1 milhão de reais. Com este dinheiro, eu faço dois longas-metragens, mas quem faz um musical, não – comentou.
FILME SOBRE BOLSONARO
Vereza narra o documentário Nem Tudo se Desfaz, que vai mostrar o contexto político desde as grandes manifestações de 2013 até a eleição do presidente Jair Bolsonaro. O filme, que pretende mostrar a “revolução conservadora” ocorrida nos últimos anos, vai estrear em setembro.
*Com informações da Agência EFE
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