Bolsonaro é orientado a levantar caso Celso Daniel no debate
Auxiliares da campanha do presidente acreditam que o tema pode desgastar o ex-presidente Lula
Thamirys Andrade - 29/09/2022 16h03 | atualizado em 29/09/2022 16h20
Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (PL) o aconselharam a abordar o tema do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), durante o debate presidencial que ocorrerá nesta quinta-feira (29), na Rede Globo.
A orientação ocorre após a candidata a vice-presidente na chapa de Simone Tebet (MDB), Mara Gabrilli (PSDB), acusar o ex-presidente Lula (PT) de ter pagado R$ 12 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto para não ser apontado como “mentor do assassinato” do ex-prefeito.
A ideia dos auxiliares de Bolsonaro é que o assunto seja abordado por meio de uma pergunta direta a Simone Tebet, sobre se ela concorda ou não com sua vice acerca do tema. A declaração de Gabrilli ocorreu em entrevista à Jovem Pan nesta quarta-feira (28).
– O Ronan Maria Pinto, se não fosse pago, ele ia entregar o Lula como mentor do assassinato do Celso Daniel. Esse é o teor da chantagem. E o Lula pagou. Como é que que alguém que não tem nenhum envolvimento pagaria? O Lula pagou os R$ 12 milhões da chantagem sim para o Ronan Maria Pinto calar a boca e ficar quieto – assinalou Gabrilli.
Prefeito de Santo André e coordenador da campanha de Lula em 2002, Celso Daniel foi encontrado morto em janeiro do mesmo ano, com marcas de tortura e tiros em uma estrada de Juquitiba (SP). Ele havia sido sequestrado após deixar um restaurante na capital paulista. Inicialmente, a Polícia Civil apontou que tratava-se de “crime comum”, mas o Ministério Público declarou que a versão não se sustentava.
Segundo os irmãos de Celso Daniel, Bruno José Daniel Filho e João Francisco Daniel, o homicídio foi um crime político para queima de arquivo. Celso estaria envolvido em uma esquema de corrupção de empresários do setor de transportes e funcionários da Prefeitura de Santo André para desviar dinheiro para o Partido dos Trabalhadores.
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