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Bolsonaro: ‘Tem que jogar pesado com governadores’

Presidente conversou com grupo de empresários

Pleno.News - 14/05/2020 18h30 | atualizado em 14/05/2020 18h53

Presidente Jair Bolsonaro pede a empresários que travem “guerra” com governadores Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conclamou nesta quinta-feira (14) um grupo de empresários de peso a pressionar governadores pela reabertura do comércio. Ele disse que “é guerra” e que o setor empresarial precisa “jogar pesado” com os chefes de governo nos estados.

– Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, decidindo o futuro da economia do Brasil. Os senhores, com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado. Jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra – afirmou Bolsonaro, referindo-se ao governador paulista João Doria (PSDB), seu adversário político.

O presidente também disse que futuramente o país enfrentará “um caos”.

– Nós temos que mostrar a cara, botar a cara para apanhar. Porque nós devemos mostrar a consequência lá na frente. Lá na frente, eu tenho falado com o ministro Fernando [Azevedo], da Defesa… os problemas vão começar a acontecer. De caos, saque a supermercados, desobediência civil. Não adianta querer convocar as Forças Armadas porque não existe gente para tanta GLO [Garantia da Lei e da Ordem] – disse.

A videoconferência desta quinta-feira foi organizada pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, aliado político do presidente Bolsonaro.

Bolsonaro é um crítico das ações de isolamento social e tem atacado governadores que determinaram o fechamento de comércio. Doria e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), são dois dos principais alvos do presidente.

Nesta quinta, o presidente voltou a se queixar da determinação de diversos governadores, amparados por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de ignorar um decreto presidencial que ampliou o número de atividades consideradas essenciais. Para Bolsonaro, trata-se de um ato de “desobediência civil”.

– Nós devemos buscar cada vez mais rápido abrir o mercado. Como eu abri agora, por exemplo, o decreto colocando academias, salões de beleza e barbearia [como atividades essenciais]. Semana passada eu botei a construção civil e a questão industrial. Tem governador falando que não vai cumprir. Eles estão partindo para a desobediência civil – afirmou.

Em outro momento de fortes ataques aos chefes de executivo nos estados, Bolsonaro afirmou que, ao que parece, existe no Brasil uma “questão política”, com o objetivo de “quebrar a economia para atingir o governo”.

A conclamação para que os empresários “joguem pesado” com Doria e os demais governadores ocorreu após comentário do chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Fabio Wajngarten, que pouco antes havia dito que, na próxima semana, São Paulo poderia entrar em regime de lockdown.

– É o Brasil que está em jogo. Se continuar o empobrecimento da população daqui a pouco seremos iguais na miséria. E a miséria é o terreno fértil para aparecer aqueles falsos profetas, aquelas pessoas que podem levantar borduna e partir [para] fazer com que o Brasil se torne um regime semelhante à Venezuela. Não podemos admitir isso – enfatizou.

Mais cedo, em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez um apelo pela reabertura do comércio e disse que, caso contrário, “vamos morrer de fome”. O presidente afirmou que está pronto para conversar com os chefes de governo estaduais sobre o tema.

– Tem que reabrir, nós vamos morrer de fome. A fome mata, a fome mata! Então, [é] o apelo que eu faço aos governadores: revejam essa política, eu estou pronto para conversar. Vamos preservar vidas, vamos. Mas dessa forma, o preço lá na frente serão centenas a mais de vidas que vamos perder, por causa dessas medidas absurdas de fechar tudo – declarou Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.

*Folhapress

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