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Bolsonaro: ‘Doria é ejaculação precoce’. Governador rebate

Presidente criticou intenções do político do PSDB de disputar a Presidência

Henrique Gimenes - 04/09/2019 14h21 | atualizado em 04/09/2019 15h22

Presidente Jair Bolsonaro e governador de São Paulo, João Doria Foto: Carolina Antunes/PR

Chamado de “ejaculação precoce” pelo presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reagiu nesta quarta-feira (4) e disse que foi criticado da mesma maneira pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2016, quando venceu Fernando Haddad (PT) na disputa pelo cargo de prefeito da capital.

– O Lula também falava isso em 2016, quando eu me apresentei como pré-candidato do PSDB às prévias do meu partido. E, para tristeza do ex-presidente e hoje presidiário Lula, eu não só ganhei as eleições na capital como ganhei no primeiro turno do Fernando Haddad, que era então o candidato que o Lula carregava no colo e dizia que seria facilmente reeleito – disse

A declaração foi dada em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes ao lado do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB).

– Modéstia à parte, tenho vitórias que podem ser bem avaliadas no maior colégio eleitoral do país – completou.

Em café da manhã com o jornal Folha de S.Paulo na terça (3), Bolsonaro afirmou que Doria não tem chance nas eleições presidenciais de 2022 porque é uma “ejaculação precoce”. O tucano planeja concorrer à Presidência na próxima eleição.

Na avaliação do presidente, Doria deveria pensar “talvez” somente nas eleições de 2026. Para ele, o governador de São Paulo “não tem apoio popular”.

Nessa mesma ocasião, Bolsonaro afirmou que está disposto a concorrer à reeleição.

– Pretendo sim, se estiver bem lá – disse.

Inicialmente, em sua resposta desta quarta, Doria afirmou que não entraria “em polêmica”, mas decidiu colocar “uma pitadinha de bom humor” ao comparar os ataques feitos a ele por Lula e por Bolsonaro.

– O momento não é de polemizar, mas de administrar. Todos temos uma responsabilidade na gestão, o prefeito Bruno Covas, eu como governador, e o presidente Jair Bolsonaro tem o dever de administrar bem o seu país. Nós todos temos que fixar responsavelmente as nossas ações e as nossas atitudes para fazer boa gestão. O Brasil tem ainda quase 13 milhões de desempregados, são pessoas que esperam e mantêm suas esperanças no governo Bolsonaro e nos prefeitos de suas cidades para que possam fazer boa gestão – disse.

A primeira-dama de São Paulo, Bia Doria, também repudiou a declaração Bolsonaro de que seu marido é uma “ejaculação precoce”.

Bia disse que o presidente usa “expressões chulas, que ferem e desrespeitam a família brasileira e a importância do cargo que ocupa”. A primeira-dama postou, nesta quarta, uma nota de repúdio em rede social; a publicação foi curtida por Doria.

Depois de colar na popularidade de Bolsonaro para se eleger em 2018 com o voto “Bolsodoria”, o tucano tem buscado se distanciar do presidente, pois eles disputam a mesma faixa do eleitorado de direita.

O governador paulista tem feito críticas ao presidente, como quando repudiou sua fala sobre o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, por exemplo.

Bolsonaro também tem enfileirado ataques ao tucano. No sábado (31), em uma conversa com jornalistas, o presidente afirmou que Doria está “morto” para 2022.

Dois dias antes, acusou o tucano de ter “mamado nas tetas do BNDES” no governo do PT, em referência à compra de jatinho a juros subsidiados do banco. Doria rebateu afirmando que nunca precisou mamar em “teta nenhuma”.

Nos primeiros meses de mandato de ambos, a relação teve momentos harmoniosos. Em junho, por exemplo, o presidente e o governador fizeram lado a lado uma demonstração de flexão de braço durante evento na zona sul de São Paulo.

*Folhpress

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