Bolsonaro diz que Deltan foi até o pastor de Michelle para interferir na PGR
Presidente também afirmou que força-tarefa da Lava Jato sabia quem estava vazando dados financeiros de sua família
Paulo Moura - 09/03/2021 13h53 | atualizado em 09/03/2021 14h13
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, chegou a procurar o pastor da primeira-dama Michelle Bolsonaro, no Rio de Janeiro, para tentar influenciar no nome que seria escolhido para a Procuradoria-Geral da República. A fala foi feita durante a entrevista do presidente ao Brasil Urgente, da Band.
– Senhor Dallagnol procurando o pastor da minha esposa, no Rio de Janeiro, e é verdade porque eu sei que, na época, [isso] aconteceu para tentar influenciar junto à minha esposa quem eu iria indicar para a Procuradoria-Geral da República – disse Bolsonaro.
Durante a conversa, Bolsonaro afirmou que as informações foram recebidas “informalmente” por ele e obtidas a partir das conversas vazadas dos procuradores da Lava Jato pelos hackers investigados na Operação Spoofing. De acordo com o presidente, há várias citações sobre ele nas conversas.
– O meu nome está citado dezenas de vezes naqueles dados roubados pelos hackers – afirmou.
O chefe do Executivo também disse que há troca de mensagens dos procuradores falando sobre supostos vazamentos de movimentações financeiras e que Deltan chega a citar que a força-tarefa identificou quem vazava os dados financeiros da família Bolsonaro.
– Ele [Deltan] bota lá Coaf e MP Federal, e dois procuradores dão risada. Isso foi em janeiro de 2019, e eu já era presidente da República – completou.
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