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Em entrevista à Rádio Jovem Pan, presidente falou que o ministro da Saúde "quer fazer valer muito a vontade dele"

Henrique Gimenes - 02/04/2020 20h17 | atualizado em 02/04/2020 20h24

Presidente Jair Bolsonaro concede entrevista a Augusto Nunes Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a necessidade de se combater o coronavírus no Brasil sem destruir os empregos. Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, na Rádio Jovem Pan, ele criticou as medidas tomadas por alguns governadores, pediu “mais humildade” ao ministro da Saúde, Luz Henrique Mandetta, e falou sobre o isolamento social.

A entrevista de Bolsonaro aconteceu no mesmo horário em que é realizada sua tradicional live semanal pelo Facebook. Logo no começo, ele foi questionado sobre as medidas de combate ao coronavírus no país.

– Eu, no último domingo, como chefe de Estado, fui ver o povo. É triste, é desesperador o que a gente vê, principalmente nos informais. Esse levaram uma paulada no meio da testa com as medidas de alguns governadores. Foi, no meu entender, um remédio exagerado (…) Eles clamam pela volta ao serviço (…) Eu sempre defendi, desde o começo, uma forma diferente do isolamento. E quem toma conta do idoso no primeiro momento, são seus filhos e seus netos. Quando você isola e leva ao desemprego, que traz a subnutrição, essa pessoa vai ficar mais propensa a contrair o vírus. Ele vai ter uma letalidade até maior. Esse é o grande problema que temos pela frente – explicou.

Ele voltou a falar sobre a reabertura do comércio nas cidades do país e disse que alguns governadores querem levar o problema para seu colo.

– Se estão pensando em sufocar a economia para desgastar o governo [federal], a população sabe que estão fazendo a coisa de forma errada – apontou.

O presidente também falou sobre o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que defende o isolamento social e disse que nenhum de seus ministros é “indemissível”.

– O Mandetta já sabe que estamos nos bicando há algum tempo. Não pretendo demiti-lo no meio da guerra (…) Agora em algum momento ele extrapolou (…) A gente espera que ele dê conta do recado, mas tenho falado com ele. Não é uma ameaça não, se ele sair bem, sem problemas (…) Agora, nenhum ministro meu é indemissível (…) Agora acho que o Mandetta, em alguns momentos, deveria ouvir um pouco mais o presidente da República – destacou.

De acordo com Bolsonaro, o ministro da Saúde “quer fazer valer muito a vontade dele”.

– Ele disse que tem responsabilidade. Tem sim, mas ele cuida da Saúde, o Guedes cuida da Economia e eu entro no meio para que não haja atrito entre as áreas. As duas áreas são importantes. Se o Paulo Guedes que só a economia é importante e o Mandetta achar que só a saúde é importante, vou ter problema com os dois. Não tenho nenhum problema com o Paulo Guedes, agora o Mandetta quer fazer valer muito a vontade dele. Pode ser que ele esteja certo, mas tá faltando um pouco mais de humildade para ele conduzir o Brasil nesse momento difícil que nós encontramos – ressaltou.

Por fim, o presidente pediu que o Ministério da Saúde “coloque os pés no chão” e mudem seu posicionamento sobre o isolamento social.

– Tudo que já falei aqui, isolamento horizontal, vertical e a questão do emprego, poderia já estar tratando deste assunto. Até porque, o presidente da República, desde o começo, diz que não pode ser abandonado. Agora, o que aconteceu por parte dos profissionais do Ministério? Aquela histeria, aquele clima de pânico, que começou por volta de 40 dias, contagiou alguns lá. Eu reconheço isso aí como mais velho do que eles e entendo. Agora, já está no momento de todos botarem os pés no chão e falarem: “Olha, se destruir o vírus e destruir também os empregos, vamos destruir o Brasil”. É isso que temos que entender (…) Boa sorte ao Mandetta, espero que ele prossiga na sua missão, um pouco mais de humildade, e que a gente vença essa mar revolto aqui – concluiu.

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