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Bolsonaro critica Raquel Dodge por “aparelhar” PGR

Procuradora estaria fazendo indicações antes de deixar o cargo

Gabriela Doria - 31/08/2019 13h19

Presidente Jair Bolsonaro e a procuradora-geral Raquel Dodge Foto: Agência Brasil/Wilson Dias

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) insinuou neste sábado (31) que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, estaria aparelhando a PGR, ao fazer, perto do fim de seu mandato, uma série de nomeações de procuradores-regionais eleitorais escolhidos pela categoria nos estados.

As nomeações foram divulgadas pelo Painel deste sábado. Nomes cotados para substituir Dodge na PGR ficaram incomodados com o fato de as nomeações serem para a partir de 1º de outubro, quando ela já não estiver mais no posto -Dodge deixa o comando da Procuradoria dia 17 de setembro.

– Eu tive uma informação aqui. Estão nomeando cargos nos estados a partir de outubro. Eu não posso ter um PGR, que não defini ainda. Suponha que [Dodge] não seja reconduzida. Uma pessoa que vai chegar e vai estar todo o ministério montado com mandato – observou Bolsonaro.

Ele comparou com a eleição, no final de uma legislatura, em que o novo presidente não tem autonomia para “mexer em nada.”

Questionado sobre se a procuradora-geral seria a responsável pelas nomeações nos estados, Bolsonaro respondeu:

– Só pode ser ela, né. Até tenho por ela muito carinho, estima, consideração. Espero até que não seja verdade [a informação] – afirmou.

No entanto, o presidente negou que as nomeações afetariam sua decisão de reconduzi-la ou não ao cargo.

– Não vai influenciar em nada. Que vai ter algum peso vai, não tem a menor dúvida. Quero ter um PGR que tenha a bandeira do Brasil na mão e a Constituição na outra, é isso que eu quero – declarou.

O Ministério Público Federal dos Estados está no processo de escolha de seus procuradores chefes. O chefe é escolhido em eleição entre os pares. Depois disso, o colégio eleitoral envia os nomes da chapa eleita para a PGR.

Por tradição, o procurador-geral da República apenas publica uma portaria nomeando os escolhidos para o exercício de seus mandatos. Alguns estados, como Minas Gerais, já concluíram o processo e enviaram os nomes para Procuradoria-Geral.

Segundo auxiliares de Dodge ouvidos pela Folha, a própria Raquel deu posse, quando iniciou seu mandato, aos procuradores-chefes atualmente em exercício. Porém, essas autoridades foram escolhidas e nomeadas antes de ela assumir.

*Folhapress

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