Bolsonaro cogita ser candidato a vereador: “Não há demérito”
Presidente falou sobre a possibilidade caso não perca os direitos políticos
Pleno.News - 24/06/2023 13h39 | atualizado em 26/06/2023 20h05

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta sexta-feira (23), que pensa em se candidatar a vereador na cidade do Rio de Janeiro na eleição de 2024, caso se livre da inelegibilidade no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O caso que pode afastar o ex-mandatário das urnas por oito anos começou a ser analisado nesta quinta (22), e deve ser concluído na próxima semana. Na capital fluminense, seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) está na Câmara Municipal desde 2001.
– Lógico que eu não quero perder os meus direitos políticos. Até falei outro dia: “Tô pensando em ser candidato a vereador no Rio de Janeiro”. Qual o problema? Não há demérito nenhum. Até vou me sentir jovem – disse Bolsonaro em um evento com apoiadores do PL em Porto Alegre (RS).
Além da candidatura à Câmara Municipal, o ex-presidente disse que pode se candidatar novamente ao Palácio do Planalto “se estiver vivo e elegível”.
– Se essa for a vontade do povo, a gente vai e disputa novamente à Presidência – afirmou.
COMPOSIÇÃO DO TSE
Para os seus apoiadores, Bolsonaro afirmou também que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques e André Mendonça, que foram indicados por ele em 2020 e 2021, ocuparão o cargo de presidente e vice-presidente do TSE durante as próximas eleições.
Ele sugeriu que essa futura composição da Corte seria um fator para as suas acusações em julgamento no Tribunal.
– As coisas mudam. Será que é uma preocupação com essa mudança? Antecipa essa vontade de: “Olha esse se reuniu com embaixadores?” – questionou o ex-presidente.
Movida pelo PDT, a ação em julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível até 2030 questiona a conduta de Bolsonaro no período pré-eleitoral, quando, em julho de 2022, ele se reuniu com embaixadores no Palácio da Alvorada.
Na época, o então presidente apresentou um PowerPoint com críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal e desacreditou da funcionalidade das urnas eletrônicas sem apresentar provas, colocando em dúvida a veracidade do processo eleitoral. A reunião foi transmitida pelo canal oficial do governo e pelas redes sociais de Bolsonaro.
Segundo o parecer do Ministério Público Eleitoral, o ex-presidente teria cometido abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, ao se aproveitar da autoridade presidencial – e o aparato público – para o benefício eleitoral.
O julgamento voltará a ocorrer nesta próxima terça-feira (27), com o voto do relator, o ministro Benedito Gonçalves, e do restante do tribunal, composto, ao todo, por sete ministros.
*AE
Leia também1 Por unanimidade, STF decide rejeitar denúncia contra Gleisi
2 Em julgamento, Nunes Marques defende direito ao uso de armas
3 Estadão: "Eleição sem Bolsonaro é golpe sem golpe"
4 Cassação de Moro pavimentaria estrada para Gleisi ao Senado
5 Política fez 17% dos brasileiros cortarem relações com parentes