Bolsonaro acusa Witzel de “encomendar” depoimento
Presidente acredita em conspiração para manchar sua imagem
Gabriela Doria - 30/10/2019 14h59 | atualizado em 30/10/2019 19h55

O presidente Jair Bolsonaro acusou o governador do Rio, Wilson Witzel, de “encomendar” o depoimento do porteiro de seu condomínio para que seu nome fosse citado no caso Marielle Franco.
Para o presidente, o objetivo de Witzel seria prejudicar sua imagem em função das eleições de 2022, pleito que o governador já declarou que deve concorrer.
Bolsonaro comentou também sobre os registros de áudio dos telefonemas da portaria no dia citado pelo porteiro.
– Tem o registro [dos telefonemas], sim, para casa outra. Agora, nos surpreende a qualquer um a Polícia Civil, o delegado que está fazendo o inquérito, ignorar isso e inventar um depoimento, no meu entender por ordem e determinação do senhor governador Witzel para tentar me prejudicar – apontou o presidente.
Ainda na noite desta terça-feira (29), quando o Jornal Nacional noticiou o depoimento do porteiro, o presidente Jair Bolsonaro já havia feito acusações contra Witzel. Ele afirmou que as informações do caso, que corre em sigilo de Justiça, foram vazadas para a Globo pelo próprio governador.
– Deixar bem claro também: dia 9 de outubro, às 21h, eu estava no Clube Naval no Rio de Janeiro. Chegou o governador Witzel e chegou perto de mim e falou o seguinte: ‘o processo está no Supremo’. Eu falei: ‘que processo?’ ‘O processo da Marielle.’ ‘Que que eu tenho a ver com a Marielle?’ ‘O porteiro citou teu nome.’ Quer dizer: Witzel sabia do processo que estava em segredo de Justiça. Comentou comigo – afirmou.
Bolsonaro também indicou uma suposta conspiração entre Witzel e a Polícia Civil.
– No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil pra tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação, que eu poderia estar envolvido na morte da senhora Marielle – declarou.
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