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Bebianno: “Bolsonaro não sabe impor limites a Carlos”

Para o ex-ministro, presidente só ouve o que o filho diz

Henrique Gimenes - 17/05/2019 14h55 | atualizado em 17/05/2019 15h05

Ex-ministro Gustavo Bebianno ao lado do presidente Jair Bolsonaro Foto: Rafael Carvalho/governo de Transição

Nesta sexta-feira (17), o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, deu uma entrevista à Revista Veja e falou sobre as dificuldades pelas quais o governo de Jair Bolsonaro passa. Para ele, o fato do presidente só ouvir o filho, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, é um dos motivos para a situação.

Bebianno foi demitido por Bolsonaro em fevereiro após seu nome aparecer envolvido no uso de candidaturas laranjas pelo PSL. Na ocasião, uma conversa entre o ex-ministro e o presidente acabou sendo obtida pela imprensa o que serviu para amplificar a crise. Na entrevista desta sexta, ele voltou a falar sobre o episódio e disse que a culpa de ter saído é de Carlos Bolsonaro.

– O presidente estava em um momento de fragilidade emocional e física, pois tinha acabado de passar por mais uma cirurgia, além de todo o período de internação hospitalar. Carlos se aproveitou daquela situação para fazer a cabeça do pai e jogá-­lo contra mim. Ele sabe como manipular o pai, usando teorias de conspiração sem fundamento algum. O presidente está perdendo quase todos os seus verdadeiros aliados por conta disso. E os que ainda estão ao seu lado não põem mais a mão no fogo – explicou.

Para o ex-ministro, o presidente não consegue impor limites ao seu filho.

– Pela minha ótica, ele tem conhecimento dos problemas do filho, mas não sabe como resolver a questão. A minha impressão é que há muita chantagem emocional envolvida e assuntos íntimos de família que não me dizem respeito. A minha única observação é no sentido de que o presidente está tendo uma grande dificuldade para impor limites, e isso atrapalha o governo – destacou.

Bebianno também falou sobre o ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, que tem sofrido ataques na internet. Ele considera que o governo Bolsonaro está sendo irresponsável.

– A questão que fica é: por que esse governo age e reage dessa forma tão peculiar, atacando aliados? Exoneração de cargos em governo deve ser assunto de Estado, decisão exclusiva do presidente, a ser comunicada ao seu ministro. Nesse governo, no entanto, a exoneração é sempre precedida de um irresponsável e desnecessário processo de difamação. Por que tentar manipular a opinião pública? Para que o presidente e seus filhos pareçam mártires, enquanto todos os demais, traidores, comunistas ou infiltrados? Queimar injustamente os ministros de Estado escolhidos pelo próprio presidente não me parece o método mais inteligente e ético. Isso terá consequências – lembrou.

O ministro ainda disse que o presidente não é influenciado pelo filósofo Olavo de Carvalho, mas seus filhos sim.

– Você acha mesmo que o presidente lê ou assiste a Olavo de Carvalho? Essa influência se dá por meio dos filhos, especialmente Carlos e Eduardo, que são inexperientes. Mas, seja de forma direta ou indireta, acho ruim (…) O presidente só ouve o filho, a seita cresce e, hoje, o governo está nessa situação complicada – ressaltou.

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