Barroso: Sete de Setembro pode mostrar “o fascismo no Brasil”
Ministro do STF disse que apoio a candidatos é “liberdade democrática”, mas críticas às instituições "devem ser reprimidas"
Gabriel Mansur - 05/08/2022 17h03 | atualizado em 05/08/2022 18h20
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) participou, nesta sexta-feira (5), do 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo. Durante sua palestra, ele disse que os atos programados para 7 de Setembro, data em que será comemorado o bicentenário da Independência, pode “mostrar o tamanho do fascismo no Brasil”.
A declaração foi dada após o público questioná-lo sobre eventuais casos de violência tanto nas manifestações de 7 de Setembro quanto nas eleições gerais deste ano. A pessoa que perguntou ainda fez uma referência à invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, protagonizado por apoiadores de Donald Trump, derrotado no pleito de 2020.
– O 7 de Setembro, se forem os apoiadores de um dos candidatos, faz parte da democracia. E devemos olhar isso com todo o respeito. Agora, se for o episódio para fechamento do Supremo ou do Congresso, aí vamos saber mesmo o tamanho do fascismo e do sentimento antidemocrático no Brasil.
Segundo o ministro, é necessário separar o apoio aos candidatos, o que ele avalia como “liberdade democrática”, dos supostos ataques às instituições, o que ele chama de “sentimento antidemocrático”.
– Uma coisa é a liberdade de apoiar qualquer candidato, a outra coisa é querer destruir as instituições. Apoiar um candidato é liberdade democrática. Agora, destruir as instituições é fascismo, um sentimento antidemocrático. E isso precisa ser reprimido – completou.
Barroso ainda defendeu que as instituições e os órgãos de segurança pública tem funcionado e são “sólidas”. Citou, como exemplo, o 7 de Setembro de 2021. Disse que, na data do ano passado, “se temia invasão do Supremo e do Congresso”, crimes que não aconteceram.
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