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‘Banco do crime’ é suspeito de lavar dinheiro da Covid no Rio

Facção criminosa é suspeita de movimentar recursos desviados de hospitais de campanha no Rio

Pleno.News - 08/05/2021 14h52 | atualizado em 08/05/2021 14h55

Hospital de campanha no Maracanã Foto: Rogério Santana/Divulgação Governo do RJ

O “Banco do Crime”, o esquema de lavagem de dinheiro usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para movimentar o dinheiro do tráfico de drogas, é investigado pela Polícia Federal (PF) sob a suspeita de movimentar recursos desviados de hospitais de campanha para a Covid-19 no Rio, na gestão do cassado Wilson Witzel.

Essa é uma das principais revelações da Operação Tempestade, deflagrada pela PF nesta semana. Um dos doleiros acusados – Wilson Decaria Junior, o Tio – é ainda o elo entre a apuração da PF e a Operação Sharks. De acordo com os investigadores, são dois os principais esquemas de lavagem de dinheiro do PCC.

Um deles envolve uma doleira identificada pelos criminosos como “Veia”. O outro é o esquema detectado pela Operação Tempestade, que usava pelo menos duas empresas como bancos: o “Banco Neman” e a Bidu Cobranças, Investimentos, Transportes e Participações.

Segundo relatório da PF, os investigados criaram estrutura própria para o “branqueamento de capitais por meio do uso de empresas fictícias e de laranjas conscientes”, emitindo notas fiscais frias para justificar a prestação de serviços inexistentes.

O empresário Dalton Baptista Neman é apontado como o líder do esquema criminoso – que incluiria ainda seu filho. A ação contaria ainda com a participação de Decaria Júnior. Neman e Decaria foram identificados pela PF na Operação Laços de Família, em 2016, que apurou o envolvimento do ex-presidente do Paraguai, Horácio Cartes, com o contrabando de cigarros para o Brasil.

Ainda de acordo com a PF, o advogado e lobista Roberto Bertholdo seria a peça que uniria os dois esquemas. Ele é investigado por suposto envolvimento em desvio de recursos de hospitais de campanha para a Covid-19 no Rio. A PF chegou a pedir à Justiça a prisão temporária de Bertholdo, mas ela foi negada pela 6.ª Vara da Justiça Federal de SP.

De acordo com a o relatório da PF, Bertholdo “ficou conhecido como o homem que grampeou Sérgio Moro”. Os federais destacaram os contatos políticos do advogado, cujo escritório fica em Brasília, no MDB e no PP.

Durante as investigações, os federais encontraram R$ 700 mil transferidos da conta do escritório de Bertholdo para a empresa Bidu Importação e Exportação Eirelli, dos Nemans. Bertholdo seria representante do Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada da Saúde), que foi contratado pelo governo do Rio para construir hospitais de campanha.

Em pelos menos uma oportunidade, os federais registraram o transporte de dinheiro de São Paulo para o Rio. Era 3 de fevereiro de 2020, quando os federais flagraram um intermediário recebendo dinheiro dos Nemans em um hangar do aeroporto de Jacarepaguá, no Rio.

Em uma conta bancária ligada a Bertholdo, os federais afirmaram ter encontrado nove depósitos feitos pelo Iabas no valor de R$ 6,5 milhões e quatro outros feitos por Bertholdo à Bidu, no valor de R$ 2,4 milhões. Ao todo, Roberto Bertholdo teria movimentado por meio de uma empresa R$ 77 milhões. Já os Nemans teriam movimentado cerca de R$ 220 milhões.

Durante a Operação Tempestade, a PF cumpriu cinco mandados de prisão, quatro preventivas e uma temporária – os delegados haviam pedido cinco preventivas e seis temporárias. A PF não revelou os nomes dos presos. Os agentes fizeram 22 buscas em endereços de São Paulo, Tietê (SP), Guarujá (SP), Rio e Brasília.

Entre os alvos vasculhados estavam residências, empresas e dois escritórios de advocacia. O Coaf identificou movimentações atípicas de R$ 699 milhões, “que hoje estão integrados no mercado econômico, como se lícitos fossem, cujos beneficiários são criminosos tanto do colarinho branco como de facções criminosas, incluindo o PCC”.

*Estadão

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