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Pleno.News - 14/07/2021 22h08 | atualizado em 14/07/2021 22h09

Senador Omar Aziz procurou a PF desfazer atrito Foto: Agência Senado/Pedro França

Após membros da CPI da Covid criticarem a Polícia Federal pela abertura de investigações paralelas contra alvos da comissão, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), se reuniu com o delegado-geral, Paulo Maiurino, para debelar princípios de crise.

Aziz foi à sede da PF, em Brasília, após a sessão da CPI que interrogou Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos, nesta quarta-feira (14).

– Estive com o DG (diretor-geral) e percebi muito interesse em ajudar a CPI, diferente do que imaginava. Ele disse que quer colaborar. Falei da questão das coincidências – contou o parlamentar.

Na sessão de terça-feira (13), integrantes do grupo majoritário da CPI se queixaram da abertura de inquérito pela PF após ações da comissão.

Esses inquéritos, segundo os senadores, tratam alvos da CPI como investigados. Com isso, eles buscam o Supremo Tribunal Federal (STF), para que fiquem calados nos depoimentos aos senadores, isentos de produzirem provas contra eles mesmos.

Alguns senadores sugeriram que seria um movimento deliberado do governo junto à cúpula da PF para prejudicar o andamento da CPI.

Omar Aziz criticou publicamente a coincidência de investigações, durante a primeira fase do interrogativo da diretora da Precisa, Emanuela Medrades. A empresa, de Francisco Maximiano, intermediou a compra da vacina indiana Covaxin.

– Inexplicavelmente, o senhor Maximiano se torna investigado um dia antes de vir depor e, inexplicavelmente, a nossa depoente de hoje também é ouvida um dia antes de vir depor. Não quero eu aqui fazer qualquer tipo de pensamento de que há um movimento. Longe de mim falar isso da PF, mas é estranho e, pra mim, como jabuti não sobe em árvore, nós não podemos entender como é que são feitas essas coisas – afirmou.

RENAN CALHEIROS RECLAMA
Em entrevista, o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), sugeriu que a coincidência atrapalha os senadores.

– Criamos essa CPI e a instalamos para investigar fato que não estava sendo investigado pelos canais competentes, PF e MPF (Ministério Público Federal). Quatro meses depois, a PF abre investigação dos fatos que já estavam sendo investigados. Dois dias depois, a Precisa obtém habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), embasada no fato de estar sendo investigada, obrigando, pela investigação aberta pela PF, o STF conceder o habeas corpus – disse.

A decisão que autorizou Emanuela Medrades a permanecer em silêncio fez a CPI acionar o STF para que ficassem claros os limites do direito de não se incriminar. A medida adiou o depoimento dela de terça para esta quarta.

As críticas, reforçadas por outros senadores, levaram a PF a reagir. Em nota, a instituição afirmou que trabalha de forma isenta e imparcial.

– A produção de provas, sobretudo a oitiva de pessoas que possam contribuir para a elucidação dos fatos, não está atrelada a outras investigações em andamento sobre o caso – frisou.

*AE

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